Na sociedade contemporânea, a
educação é um dos temas que tem sido amplamente discutido/dialogado pela
população. Com a difusão da tecnologia e das redes sociais, as pessoas não
aceitam mais informações e decisões prontas. São feitos protestos pelas busca
de melhorias, mas o caminho de mudança ainda é longo. Entre as abordagens
discutidas está a práxis pedagógica do professor atual, a qual necessita
desvincular-se da mecanização do ensino.
Para começar a acontecer essa desmecanização,
primeiramente, é preciso que nós, professores, compreendamos e aceitemos a
ideia de múltiplos espaços educacionais. Conforme as discussões em aula, a
práxis é a construção coletiva do conhecimento a partir das práticas
vivenciadas. Isso pressupõe além dos muros da sala da escola. E como afirma
Bonilla (2005), todos estão em “permanente processo de aprendizagem e
subjetivação, quer seja no mundo cultural em que vive, quer seja nos distintos
espaços sociais e linguísticos por onde transita – família, grupos de iguais,
escola, trabalho, movimentos sociais, poder público”.
Ao aceitarmos essa ideia de
diversos espaços de aprendizagem, ficará também mais clara e facilitadora a
valorização do conhecimento de mundo do aluno. Ao planejar uma aula, precisamos
conhecer a realidade social em que nosso aluno vive e contextualizá-la ao
conteúdo. Nenhum estudante é um ser vazio, como induziram os portugueses ao
chegarem ao Brasil sobre os índios. De acordo com as vivências, leituras,
troca; cada criança e jovem já chegam à escola com uma bagagem cultural, cabe
ao professor aproveitar essa multiplicidade de opiniões para uma construção
coletiva. Além disso, essa contextualização entre realidade social e escola faz
com o estudante não apenas relacione, mas também vivencie prática e teoria e o
que o professor seja um mediador dessa troca entre os alunos.
Outro ponto a ser considerado é a
relação entre professor e alunos para além da sala da aula. Muitas vezes, a
única palavra amiga ou abraço ou um pequeno toque de carinho que o jovem recebe
do dia é o do professor. Hoje, nós somos mais que professores, somos amigos,
somos psicólogos, até pais. Ainda, com as redes sociais, a aproximação entre
professor e estudante é mais acentuada, eu, por exemplo, além ser amiga deles
no facebook, utilizo da rede para divulgar materiais extras das disciplinas e
temas gerais de interesse deles; converso pelo whats app e utilizamos do blog
para trocar ideias e dicas de estudo. Na minha realidade como professora, a
tecnologia é uma facilitadora de interação e práxis, no sentido de construção
coletiva, basta estamos abertos a aprendermos juntos e dialogarmos.
A partir das ideias expostas,
percebo que é preciso termos um meio termo entre a ideia de educação formal (espaço
escolar) e não formal (espaços não escolares), entre inovação e conteúdo. Não
conseguiremos colocar a práxis em efetivação em todas as aulas, mas, se em
parte delas, instigarmos os alunos ao questionamento, ao sair do lugar comum, e
atingirmos um pelo menos, já teremos feito a nossa mudança do mundo. É preciso
que acreditemos nas pequenas mudanças diárias, ninguém mudará o cenário
educacional da noite para o dia, é necessário mais empenho dos colegas
professores.
Luana Iensen Gonçalves
Professora
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