terça-feira, 27 de março de 2018

Variação Linguística


A variação linguística é um conteúdo importante de ser estudado e pesquisado, pois vivemos em um país de grande extensão territorial e automaticamente cultural. Assim, existem diferentes formas de nos expressarmos, e essas variações podem ser originárias da cultura, do espaço geográfico, do grupo de pessoas que utiliza.
A seguir o conceito de variação linguística e os diferentes tipos de variação.

VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS

A língua é um instrumento de comunicação, pois é composta de regras gramaticais as quais possibilitam que as pessoas consigam produzir enunciados que lhes permitam comunicar-se e compreender-se. Nesse sentido, a cada situação de fala, cada falante recria a língua e cada um diz as coisas de determinada maneira. A língua está sempre sendo recriada e inovada.
Desse modo, variação linguística é um fenômeno que acontece com a língua e pode ser compreendida por intermédio das variações históricas e regionais. Em um mesmo país, com um único idioma oficial, a língua pode sofrer diversas alterações feitas por seus falantes.
Assim, alguns fatores podem influenciar o emprego da língua, como a região geográfica, as identidades e as situações sociais, etc. Cada um deles gerará uma variação linguística diferente do idioma:

Variação diacrônica
A língua varia no tempo e essa variação passa a ser notada ao comparar dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual, ou seja, não acontece de repente. Uma língua muda porque é falada segundo os costumes, a cultura, as tradições, a modernização tecnológica e o modo de viver da população, que estão sempre em constante processo de mudança devido ao tempo. Um exemplo é a evolução da palavra vossa mercê até chegar ao você.

Variação diatópica

A língua varia no espaço, pois pode ser empregada diferentemente dependendo do local em que o indivíduo está. A variação diatópica diz respeito justamente às diferenças linguísticas que podem ser vistas em falantes de lugares geográficos diferentes. Por isso, é mais observada em locais diferentes, mas com falantes da mesma língua.
A macaxeira, por exemplo, muito consumida no Norte e no Nordeste, é chamada de aipim ou mandioca no Sudeste. Outro exemplo é a palavra “mexerica”, que, em algumas regiões, é conhecida como “bergamota” e, em outras, como “tangerina”. 

Variação diastrática
A língua varia de acordo com fatores sociais. A variação social está relacionada a fatores como faixa etária, grau de escolaridade e grupo profissional e é marcada pelas gírias, jargões e pelo linguajar singelo, já que são aspectos característicos de certos grupos.

Fator etário: a idade dos participantes da comunicação é um dado relevante, já que, a partir dela, serão feitas escolhas linguísticas diferentes. Isso é visível na comparação entre um jovem e uma pessoa mais velha, em que cada um usará vocábulos mais comuns à sua geração.

Fator da escolaridade: este fator se liga a uma categoria essencial, que é a educação. Na escola, aprende-se a usar a língua em situações formais de acordo com a “norma padrão”.

Fator profissional
Cada grupo profissional possui um conjunto de nomes e expressões que se ligam à atividade desempenhada; ou seja, essa fator trata do jargão típico de cada área. O campo do Direito, por exemplo, utiliza palavras relacionadas a leis, a artigos e a determinados documentos, assim como a área da Medicina utiliza um vocabulário que apenas os médicos são capazes de entender.

Variação diafásica
A língua varia de acordo com o contexto comunicativo, isto é, a ocasião determina o modo de falar, que pode ser formal ou informal. Esta variação, portanto, refere-se ao registro empregado pelo falante em determinado contexto interacional, ou seja, depende da situação em que a pessoa está inserida.
Em uma palestra, por exemplo, um professor deve utilizar a linguagem formal, isto é, aquela que respeita as regras gramaticais da norma padrão. Por outro lado, em uma conversa com os amigos, esse mesmo professor pode se expressar de forma mais natural e espontânea, sem a obrigação de refletir sobre a utilização da língua de acordo com a norma culta.

 Referências
SACCONI, Luiz Antnio. Gramática para todos os concursos. 4. ed. São Paulo: Nova Geração, 2012.
SARMENTO, Leila Lauar. Gramática em textos. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2012.




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