sábado, 15 de outubro de 2016

Doar, verbo bitransitivo

Durante o momento de uma escolha profissional, muitas opções povoam o imaginário de jovens e adolescentes. Se muitos já têm uma decisão concreta logo cedo, outros mudam ou caem de paraquedas em um caminho inesperado. Este é o meu caso.
O jornalismo sempre foi meu foco e desejo, só que planejei meu caminho de formação mais longo, encarrando outro curso antes. E, neste caminho, desafios e surpresas foram se apresentando. Um novo mundo, chamado sala de aula, de estranho passou a ser o meu lar. E a docência me escolheu.
Que belo encontro tivemos. E para que esse relacionamento se mantivesse, foi preciso treinar a criatividade, a paciência, o bom humor, o desejo de mudança, foi preciso doar-se.
E assim que apenas vivendo esse caminho que ser professor é doar-se! Doar atenção, carinho, amor, dedicação, tempo aos alunos. Ser professor é também ser mãe, amiga, psicóloga, bruxa, adivinha. Ser professor é saber dizer, saber dizer não, é mudar o plano de aula, é começar do zero todo dia, é passar madrugadas corrigindo, planejando; mas no outro estar novinha em folha porque há sorrisos e abraços te esperando no corredor. Ser professor é acreditar nas pessoas, é acreditar as pessoas são capazes de transformar o mundo.

Luana Iensen Gonçalves, professora e jornalista.



“Gosto de ser homem, de ser gente, porque sei que minha passagem pelo mundo não é predeterminada, preestabelecida. Que meu “destino” não é um dado, mas algo que precisa ser feito e de cuja responsabilidade não posso me eximir. Gosto de ser gente porque a História em que me faço com os outros e de cuja feitura tomo parte é um tempo de possibilidades e não de determinismo. Daí que insista tanto na problematização do futuro e recuse sua inexorabilidade. Gosto de ser gente porque, inacabado, seu que sou um ser condicionado, mas consciente do inacabamento, seu posso ir mais além dele” (Paulo Freire)


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