Texto 1
Fábio Malini, especialista da Universidade Federal do Espírito Santo, estuda
esse fenômeno em larga escala e acredita que o “discurso de ódio” tem maior
potencial para fazer “viralizar” determinadas opiniões. Eles proliferam porque
há um alvo específico e, também, são pensados numa lógica de polarização.
Uma realidade que foi mostrada no especial produzido pela BBC
Brasil, intitulado “Democracia Ciborgue“, onde foi desvelada a
atuação de perfis falsos nas Eleições brasileiras de 2014 para
manipular a população.
Entre os principais exemplos em que as “fake news” produziram
efeito real, estão os plebiscitos sobre a saída do Reino Unido da União
Europeia e sobre o acordo de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia, além das eleições nos EUA.
Ganharam projeção nas redes conteúdos como a suposta notícia de
que o papa Francisco havia apoiado Donald Trump na corrida eleitoral e a de que
o ex-presidente Barack Obama não era americano, o que o motivou a divulgar a
própria certidão de nascimento.
Texto 2
Texto 3
[…] Antes mesmo de se eleger presidente, Donald Trump elegeu
para si e seus seguidores um inimigo. A imprensa e, fatalmente, a verdade.
Menos de um mês depois de assumir a Casa Branca, Trump aninhou-se em sua ágora
digital para trombetear, em um tuíte: “A mídia FAKE NEWS (os falidos @nytimes,
@NBCNews, @ABC, @CBS, @CNN) não é minha inimiga, é inimiga do povo americano!”.
Nomear um oponente forte e contra quem as pessoas possam
facilmente se voltar é uma tática de exercício de poder tão antiga e universal
quanto eficaz. A Revolução Francesa e os comunistas russos designaram “inimigos
do povo” para justificar o uso da guilhotina, dos gulagui.
Destacar o jornalismo profissional como esse inimigo tampouco é um
recurso original – e é uma das maneiras mais eficientes de retroalimentar a
polarização de uma sociedade. Nos Estados Unidos, Richard Nixon, que renunciou
em 1974 emparedado pelo escândalo de Watergate, exposto pelo jornal Washington Post, foi feroz
contra a mídia já no início dos anos 1960.
Em 2006, Evo Morales, presidente da Bolívia, classificou como seus
“inimigos número 1” a “maioria da mídia” – argumento recorrente de Hugo Chávez,
da Venezuela. Daniel Ortega, da Nicarágua, chama repórteres de “filhos de
Goebbels”. Trump soa, a essa altura, como uma paródia de populistas
latino-americanos.
Sua estratégia, porém, tem nuances que lhe conferem um grau
diferente de sucesso. Uma distinção fundamental é a absoluta distorção que
Trump emplaca do termo fake news. Primordialmente, fake news era a definição
de postagens com conteúdo deliberadamente falso, travestido de notícia,
espalhadas em redes sociais com um propósito espúrio –
fosse de caçar cliques ou de influenciar uma eleição.
O caso mais notório, não acidentalmente, são as fake news disseminadas
pelo governo russo no Facebook e em outras plataformas em 2016, que
beneficiaram Trump e o levaram à Casa Branca (“Papa Francisco choca o mundo,
apoia Donald Trump para presidente” foi uma das mais compartilhadas).
Trump, hoje sob poderosa investigação sobre como interagiu com os
russos para se eleger, apropriou-se do termo fake news. Repetiu as palavras até
esvaziá-las de sentido para, então, perverter seu significado em definitivo.
Trump passou a classificar o noticiário sobre a investigação e qualquer
outro desfavorável a ele como fake news. O êxito dessa tática pode ser
verificado em comentários de notícias na internet e na réplica, pelo mundo, de
políticos usando fake news para minar a imprensa que divulga informações que
lhes prejudiquem. […]
Com base nos textos motivadores e
no seu conhecimento, produza um texto dissertativo-argumentativo tendo como
tema: Fake
News no cenário político mundial.
explicação no: https://www.youtube.com/watch?v=Gkp3VJtDkT0
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