Segundo a gramática, período simples ocorre quando a
oração é composta por um verbo; e composto, quando tem dois ou mais verbos.
Assim, podemos dizer que individualmente somos períodos simples e quando juntamos as escovas de
dente, período composto, que pode aumentar conforme a família. A gramática será sempre
sedutora enquanto quisermos definir as pessoas.
Quando período simples, alguns indivíduos são
sujeitos indeterminados. Aprontam, fazem e acontecem e depois se escondem. Os
ocultos, pelo menos, temos a chance de encontrá-los. Às vezes, ocultos por
timidez, outras, por safadeza mesmo.
Gente fina mesmo é o tal do cara sujeito simples e
ativo. Simples no nome e no jeito de viver. Ativo porque cuida da vida dele,
trabalha, diverte-se, percebe que a felicidade se encontra nos pequenos
detalhes do dia a dia. E sim, se soubermos olharmos, tropeçamos nela todos os
dias. Quem sofre é o sujeito passivo. Coitado, só sofre a ação, não tem
perspectivas.
Além desses sujeitos, temos as pessoas predicados:
os verbais não param quietos. Se eles têm um tempo sobrando no dia, arrumam
logo com o que se ocupar. Os nominais não estão preocupados em agir, mas sim
amar sem descanso, seu sujeito é conectado às características do bem, sem espera
de retorno, pelo seu predicativo. E os verbo-nominais? São poucos, mas todos
desejam se tornar assim: a mistura perfeita de serem agentes de sua vida e
terem um predicativo para amá-los.
Temos também as pessoas objetos diretos e indiretos
e os complementos nominais para completarem nossa vida, darem significado
especial aos nossos predicados. Coitado só do agente da passiva, não tem voz,
não vez, seu sujeito é passivo.
E os acessórios?? Mesmo não sendo necessários ou até supérfluos,
tem dias que abusamos deles, dão um retoque em nossa personalidade de acordo
com a ocasião. Os adjuntos adnominais animam o ego das pessoas sujeitos, com
adjetivações e quantificações. Os adjuntos adverbias satisfazem o ego das
pessoas predicados por meio de intensificadores que “levantam” o astral num dia
que não estamos tão bem.
Os únicos solitários desse grupo são os vocativos. Querem
viver sozinhos, vivem gritando por aí, querem chamar a atenção, fazer birra;
ainda não compreenderam a essência da análise nem da sintaxe.
A gramática, enfim, é um ser vivo, mutante. Isso porque
não somos nós que fazemos análise diariamente, é ela que nos analisa
sintaticamente e nos dá oportunidade de agentes ou passivos diante da vida.
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