No pico do Morro da
Ferrugem, eu sentei e fechei os olhos. Deixe-me levar pela sonoridade da
natureza.
O mar agitava-se como quem
nascer ou fugir da camisa de força ou como o urro de quem viver. Vinha forte e
debatia-se nas pedras. Um estrondo. Senti meu coração acelerar. Mas, conforme
ia e vinha, parecia calmo novamente. Pura malícia.
Isso me fez refletir o quanto
as ondas não são confiáveis. Vêm como quem não quer nada, mas voltam com uma
gana danada, carregadas de desejos, promessas, oferendas, sonhos.
E assim o mar se alimenta
das nossas energias, emoções, desejos. Lava-nos sem ao menos nos molhar. Não há
lugar melhor para nos reenergizarmos. Nesse espaço, o sal é um descarregador de
negatividade, melancolia, tristeza; já a brisa e o canto das ondas são
carregadores de esperança, amores, espiritualidades.
Por um momento senti-me
inundada. Abri os olhos, estava mais leve, pronta para segui adiante!
Luana Iensen
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