Da janela do ônibus,
Observo passos largos e curtos;
Risos e lágrimas; fones de ouvido ambulantes;
Buzinas; trânsito parado; volantes inconformados;
Prédios (poucos); casas; grafites; espaços
abandonados.
De dentro do ônibus,
Observo angústias; desespero; preocupações;
Sonhos; desejos; buscas e lutas;
Diversidade cultural; im(paciência); refúgio;
De dentro do ônibus,
Rotas leves e breves;
Outras em disparada; atrasos;
Dias de transporte de bois e não humanos.
Da janela do apartamento,
Observo calmaria; verde; preocupações;
Passos firmes; decisões;
Crianças; choro; latidos;
Outras janelas; cotidianos; discussões; reencontros;
Amanhecer; anoitecer ... E o ciclo se (re)transforma.
Café no Largo São Sebastião, Centro, Manaus, AM. |
Da janela dos meus olhos,
Sinto saudades; angústias; faltas;
Mas também cuidado; companheirismo e amor
(que talvez eu mesma não retribua o
necessário).
Da janela dos meus solhos,
Observo Escolhas; Caminhos; Aspirações;
Sonhos e Luta.
Da janela dos meus olhos,
(re)começo a cada amanhecer,
Sede de viver; Fome de Crescer; Suor por
correr atrás.
Da janela do meu coração,
Vem o lembrete:
Toda escolha tem um renúncia,
Mas também uma realização.
“Vá, Sonhe, Faça”.
Das janelas da Vida,
Aprendo a observar; a sentir; a ouvir.
Das janelas do Tempo;
Aprendo a esperar.
* 24 de fevereiro: seis meses de Manaus.
Luana Iensen Gonçalves
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