Luana Iensen Gonçalves
Tem dias que as inspirações simplesmente não vêm. Não brotam
da cachola, não saem dos sites, os amigos não colaboram. Estudantes são aqueles
que mais sofrem com isso. Eu os entendo. Nós nos entendemos. De dia sou
professora, de noite estudante. Não tem nada pior do que passar horas
estudando, revendo cálculos, relendo resumos e na H, a memória falhar. Que
momento para brochar.
Deu branco. Deu branco agora, aqui no laboratório, na frente
do computador. A folha branca fica cada vez mais branca, a melodia do teclado
entrelaça-se com a da chuva e não adianta, não vai, ou melhor, não vêm as
ideias. Brochei. Que angustiante, que frustrante. Uma amante das letras, que
tantas vezes perdeu-se nos seus significados, varou madrugadas amando-as.
Quem nunca se sentiu assim? Ahhh, companheiro leitor,
deixe-me deleitar e partilhar e esse silêncio com você. Quem nunca, na prova
decisiva, esqueceu tudo! Deu até rosa pink, não foi branco! Qual vestibulando
ou concurseiro já não gastou minutos que valeram por século até se lembrarem do
conteúdo da questão. O que fazer então? Esperar. Sim, pacienciosamente, até que
a desilusão do branco vire inspiração.
A mente divaga, as palavras faltam, ainda não inventaram um
lubrificador de mente? Essa poderia ser a invenção do século! Há tantas
tecnologias a nossa disposição, mas esses brancos provam que não há máquina que
substitua o pensamento humano.
Um lubrificador mental resolveria boa parte dos nossos
problemas. Teríamos pessoas mais preocupadas e interessadas em estudar, mais
leitores ativos, menos falta de inspiração, mais mentes pensantes, menos
corruptos nos representando. Fica a dica, cientistas!
Obs: essa crônica foi escrita em aula, durante a
disciplina de Redação Jornalística III do Curso de Jornalismo da Unifra.
Premiada com o 1º lugar no 1º Prêmio Universitário de Jornalismo da Unifra,
agosto de 2013.
parabéns
ResponderExcluir