domingo, 25 de agosto de 2013

Deu branco

Luana Iensen Gonçalves

Tem dias que as inspirações simplesmente não vêm. Não brotam da cachola, não saem dos sites, os amigos não colaboram. Estudantes são aqueles que mais sofrem com isso. Eu os entendo. Nós nos entendemos. De dia sou professora, de noite estudante. Não tem nada pior do que passar horas estudando, revendo cálculos, relendo resumos e na H, a memória falhar. Que momento para brochar.
Deu branco. Deu branco agora, aqui no laboratório, na frente do computador. A folha branca fica cada vez mais branca, a melodia do teclado entrelaça-se com a da chuva e não adianta, não vai, ou melhor, não vêm as ideias. Brochei. Que angustiante, que frustrante. Uma amante das letras, que tantas vezes perdeu-se nos seus significados, varou madrugadas amando-as.
Quem nunca se sentiu assim? Ahhh, companheiro leitor, deixe-me deleitar e partilhar e esse silêncio com você. Quem nunca, na prova decisiva, esqueceu tudo! Deu até rosa pink, não foi branco! Qual vestibulando ou concurseiro já não gastou minutos que valeram por século até se lembrarem do conteúdo da questão. O que fazer então? Esperar. Sim, pacienciosamente, até que a desilusão do branco vire inspiração.
A mente divaga, as palavras faltam, ainda não inventaram um lubrificador de mente? Essa poderia ser a invenção do século! Há tantas tecnologias a nossa disposição, mas esses brancos provam que não há máquina que substitua o pensamento humano.
Um lubrificador mental resolveria boa parte dos nossos problemas. Teríamos pessoas mais preocupadas e interessadas em estudar, mais leitores ativos, menos falta de inspiração, mais mentes pensantes, menos corruptos nos representando. Fica a dica, cientistas!





Obs: essa crônica foi escrita em aula, durante a disciplina de Redação Jornalística III do Curso de Jornalismo da Unifra. Premiada com o 1º lugar no 1º Prêmio Universitário de Jornalismo da Unifra, agosto de 2013.

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