quinta-feira, 15 de maio de 2014

Novidades na prova de Redação da UFSM

Novidades na prova de redação da UFSM: a partir deste ano serão cobrados gêneros textuais de nossas atividades comunicativas. Para este ano, poderá ser o artigo de opinião ou a carta aberta.

Antes do susto, vale a pena lembrar:
Gênero textual X Tipo Textual
Ao utilizarmos a linguagem para comunicação, empregamos novos gêneros textuais orais ou escritos ou gêneros que já existiam anteriormente. Porém, a maioria das pessoas não tem consciência que utilizam determinadas espécies de textos com particularidades e objetivos próprios. Os gêneros, segundo Marcuschi (2008), contribuem pata estabilizar e ordenar as atividades comunicativas do dia a dia.
Por isso, a importância de distinguirmos tipo textual e gênero textual:
Tipo textual: designa uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). Os mais conhecidos são: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção.
Gênero textual: é uma noção para referir aos textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriamente funcionais, estilo e composição característica. Alguns exemplos de gêneros textuais: telefonema, sermão, carta comercial, carta aberta, carta pessoal, romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, email, (....) e assim por diante.

Atente para as diferenças:

Carta aberta: é um dos gêneros textuais que tem como principal característica a argumentação com base em assuntos de interesse coletivo. Dessa forma, utiliza como tipologia textual a dissertação, já que tem um caráter argumentativo, com a característica de possibilitar que o emissor  exponha em público suas opiniões ou reivindicações acerca de um determinado assunto.  Assim, a carta aberta pode ser utilizada como forma de protesto contra esse problema, como alerta, e até mesmo como meio de conscientização da população ou de alguém com certa influência.
Quanto aos aspectos estruturais, o gênero em pauta compõe-se dos seguintes elementos:
* Título – no qual se evidencia o destinatário;
* Introdução – parte em que se situa o problema a ser resolvido;
* Desenvolvimento – Diz respeito à análise do problema, no qual há a apresentação dos argumentos, fundamentando, portanto, o ponto de vista do (s) emissor (es). 
* Conclusão – elemento em que geralmente se solicita uma resolução para o assunto em pauta.


Exemplo de carta aberta:
CARTA ABERTA DE ARTISTAS BRASILEIROS SOBRE A DEVASTAÇÃO DA AMAZÔNIA
Acabamos de comemorar o menor desmatamento da Floresta Amazônica dos últimos três anos: 17 mil quilômetros quadrados. É quase a metade da Holanda. Da área total já desmatamos 16%, o equivalente a duas vezes a Alemanha e três estados de São Paulo. Não há motivo para comemorações. A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas presta serviços ambientais importantíssimos ao Brasil e ao Planeta. Essa vastidão verde que se estende por mais de cinco milhões de quilômetros quadrados é um lençol térmico engendrado pela natureza para que os raios solares não atinjam o solo, propiciando a vida da mais exuberante floresta da terra e auxiliando na regulação da temperatura do Planeta.
Depois de tombada na sua pujança, estuprada por madeireiros sem escrúpulos, ateiam fogo às suas vestes de esmeralda abrindo passagem aos forasteiros que a humilham ao semear capim e soja nas cinzas de castanheiras centenárias. Apesar do extraordinário esforço de implantarmos unidades de conservação como alternativas de desenvolvimento sustentável, a devastação continua. Mesmo depois do sangue de Chico Mendes ter selado o pacto de harmonia homem/natureza, entre seringueiros e indígenas, mesmo depois da aliança dos povos da floresta “pelo direito de manter nossas florestas em pé, porque delas dependemos para viver”, mesmo depois de inúmeras sagas cheias de heroísmo, morte e paixão pela Amazônia, a devastação continua.
Como no passado, enxergamos a Floresta como um obstáculo ao progresso, como área a ser vencida e conquistada. Um imenso estoque de terras a se tornarem pastos pouco produtivos, campos de soja e espécies vegetais para combustíveis alternativos ou então uma fonte inesgotável de madeira, peixe, ouro, minerais e energia elétrica. Continuamos um povo irresponsável. O desmatamento e o incêndio são o símbolo da nossa incapacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema amazônico e como tratá-lo.
Um país que tem 165.000 km2 de área desflorestada, abandonada ou semiabandonada, pode dobrar a sua produção de grãos sem a necessidade de derrubar uma única árvore. É urgente que nos tornemos responsáveis pelo gerenciamento do que resta dos nossos valiosos recursos naturais.
Portanto, a nosso ver, como único procedimento cabível para desacelerar os efeitos quase irreversíveis da devastação, segundo o que determina o § 4º, do Artigo 225 da Constituição Federal, onde se lê:
"A Floresta Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais".
Assim, deve-se implementar em níveis Federal, Estadual e Municipal A INTERRUPÇÃO IMEDIATA DO DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA. JÁ!
É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura e história.
SOMOS UM POVO DA FLORESTA!

Exemplo de como pode ser cobrado em vestibulares: 


 Artigo de opinião: é um gênero textual que também se utiliza da tipologia argumentativa, uma vez que o emissor expõe sua opinião sobre determinado assunto. Nesse caso, o autor em geral tem a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões.
Sua estrutura é próxima da redação dissertativa, que antes era cobrada pela UFSM e continua valendo para a prova de redação do ENEM:
* título;
* contextualização ou apresentação da questão discutida;
* tomada de posição quanto à questão; argumentação que sustenta a posição assumida;
* conclusão com reforço do posicionamento defendido.

Exemplo de artigo de opinião:
Livro de autoajuda
Em tempos pretéritos, quando a forma que constituía nossa sociedade era ordenada por estamentos, e muitas vezes sem mobilidade social, a população sabia bem quais eram seus afazeres e tarefas a cumprir. Com o advento da globalização, esse senso crítico foi perdido, e os indivíduos começaram a se sentir pequenos coadjuvantes no grande palco da vida. Com isso, os livros de autoajuda vêm com o intuito de servir como uma ponte entre a vontade de melhorar seus pensamentos e atitudes de derrota perante a vida até o entendimento do problema. Mesmo assim, são paliativos e amenizadores das aflições de cunho sentimental-psicológicos.
A quantidade de informações que chega diariamente pelas mídias vem aumentando a cada dia, em outro viés, aumentam também os sintomas de ansiedade e preocupações decorrentes do estilo frenético e pouco saudável o qual as pessoas estão se sujeitando. Nesse tocante, muitos escritores se utilizam desse descontrole e publicam obras milagrosas de sucesso imediato. No entanto, esse tipo de literatura não tem valor profundo para mudanças internas. Os verdadeiros livros de autoajuda são obras que utilizam a arte da dúvida da filosofia e a crítica da psicologia como alicerces. Essas servem como pontes entre a vontade de mudança até o entendimento do problema, que é muito subjetivo e próprio de cada ser humano, o qual é único e mutável.
Além disso, os livros de autoajuda funcionam como métodos paliativos e servem para minimizar as aflições psicológicas dos indivíduos. Entretanto, não substitui o tratamento orientado pelos especialistas. Exemplo disso são os livros do eminente psiquiatra e psicoterapeuta no Brasil atualmente Augusto Cury. Seus livros têm o poder real de mudança, pois não prometem milagres. Eles estão baseados nos princípios da dúvida e da crítica, fundamentais sempre para darem luzes racionais aos problemas da mente humana.
Portanto, o objetivo dos livros de autoajuda é servir como objeto de esclarecimento e auxílio, mesmo que modesto, aos indivíduos que buscam sair da plateia para atuarem nessa grande peça, que envolve drama, comédia, romance e aventura, a qual é a vida. Navegar em águas calmas é ótimo, e todos desejam sucesso e conquistas para desfrutarem dessa viajem. Mas, antes, é necessário percorrer caminhos inóspitos, enfrentar vendavais, e só assim, depois da chuva intensa, podem ter a chance de ver os raios do arco-íris no fim do horizonte.
Estudante de Psicologia. Leonardo Lima de Senna.

Mais informações no


profª Luana Iensen


Um comentário:

  1. olá luana,
    sou genealogista e pesquisadora. pesquiso a família iensen e gostaria de fazer contato contigo, se tiveres interesse em colaborar. meu email: cruzberte@ig.com.br
    att
    elisabeth berté

    ResponderExcluir

Revisão SIS II - Questões