Novidades
na prova de redação da UFSM: a partir deste ano serão cobrados gêneros textuais
de nossas atividades comunicativas. Para este ano, poderá ser o artigo de
opinião ou a carta aberta.
Antes do susto, vale a pena lembrar:
Gênero textual X Tipo Textual
Ao utilizarmos a linguagem para comunicação,
empregamos novos gêneros textuais orais ou escritos ou gêneros que já existiam
anteriormente. Porém, a maioria das pessoas não tem consciência que utilizam
determinadas espécies de textos com particularidades e objetivos próprios. Os gêneros, segundo Marcuschi (2008), contribuem
pata estabilizar e ordenar as atividades comunicativas do dia a dia.
Por isso, a importância de distinguirmos tipo
textual e gênero textual:
Tipo textual: designa uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de
sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações
lógicas). Os mais conhecidos são: narração, argumentação, exposição,
descrição, injunção.
Gênero textual: é
uma noção para referir aos textos materializados que
encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas
por conteúdos, propriamente funcionais, estilo e composição característica.
Alguns exemplos de gêneros textuais: telefonema, sermão, carta
comercial, carta aberta, carta pessoal,
romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, horóscopo, receita
culinária, bula de remédio, email, (....) e assim por diante.
Atente para as diferenças:
Carta aberta: é um
dos gêneros textuais que tem como principal característica a argumentação com
base em assuntos de interesse coletivo. Dessa forma, utiliza como tipologia
textual a dissertação, já que tem um caráter
argumentativo, com a característica de possibilitar que o
emissor exponha em público suas opiniões ou reivindicações acerca de um
determinado assunto. Assim, a carta aberta pode ser utilizada como forma
de protesto contra esse problema, como alerta, e até mesmo como meio de conscientização
da população ou de alguém com certa influência.
Quanto aos aspectos estruturais, o
gênero em pauta compõe-se dos seguintes elementos:
* Título – no qual se evidencia o
destinatário;
* Introdução – parte em que se situa o
problema a ser resolvido;
* Desenvolvimento – Diz respeito à
análise do problema, no qual há a apresentação dos argumentos, fundamentando,
portanto, o ponto de vista do (s) emissor (es).
* Conclusão – elemento em que
geralmente se solicita uma resolução para o assunto em pauta.
Exemplo de carta aberta:
CARTA ABERTA DE ARTISTAS BRASILEIROS
SOBRE A DEVASTAÇÃO DA AMAZÔNIA
Acabamos de comemorar
o menor desmatamento da Floresta Amazônica dos últimos três anos: 17 mil
quilômetros quadrados. É quase a metade da Holanda. Da área total já desmatamos
16%, o equivalente a duas vezes a Alemanha e três estados de São Paulo. Não há motivo
para comemorações. A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas presta serviços
ambientais importantíssimos ao Brasil e ao Planeta. Essa vastidão verde que se
estende por mais de cinco milhões de quilômetros quadrados é um lençol térmico
engendrado pela natureza para que os raios solares não atinjam o solo,
propiciando a vida da mais exuberante floresta da terra e auxiliando na
regulação da temperatura do Planeta.
Depois de tombada na
sua pujança, estuprada por madeireiros sem escrúpulos, ateiam fogo às suas
vestes de esmeralda abrindo passagem aos forasteiros que a humilham ao semear
capim e soja nas cinzas de castanheiras centenárias. Apesar do extraordinário
esforço de implantarmos unidades de conservação como alternativas de
desenvolvimento sustentável, a devastação continua. Mesmo depois do sangue de
Chico Mendes ter selado o pacto de harmonia homem/natureza, entre seringueiros
e indígenas, mesmo depois da aliança dos povos da floresta “pelo direito de
manter nossas florestas em pé, porque delas dependemos para viver”, mesmo
depois de inúmeras sagas cheias de heroísmo, morte e paixão pela Amazônia, a
devastação continua.
Como no passado,
enxergamos a Floresta como um obstáculo ao progresso, como área a ser vencida e
conquistada. Um imenso estoque de terras a se tornarem pastos pouco produtivos,
campos de soja e espécies vegetais para combustíveis alternativos ou então uma
fonte inesgotável de madeira, peixe, ouro, minerais e energia elétrica.
Continuamos um povo irresponsável. O desmatamento e o incêndio são o símbolo da
nossa incapacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema
amazônico e como tratá-lo.
Um país que tem
165.000 km2 de área desflorestada, abandonada ou semiabandonada, pode dobrar a
sua produção de grãos sem a necessidade de derrubar uma única árvore. É urgente
que nos tornemos responsáveis pelo gerenciamento do que resta dos nossos
valiosos recursos naturais.
Portanto, a nosso
ver, como único procedimento cabível para desacelerar os efeitos quase
irreversíveis da devastação, segundo o que determina o § 4º, do Artigo 225 da
Constituição Federal, onde se lê:
"A Floresta
Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei,
dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive
quanto ao uso dos recursos naturais".
Assim, deve-se
implementar em níveis Federal, Estadual e Municipal A INTERRUPÇÃO IMEDIATA DO
DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA. JÁ!
É hora de enxergarmos
nossas árvores como monumentos de nossa cultura e história.
SOMOS UM POVO DA
FLORESTA!
Disponível em: http://www.amazoniaparasempre.com.br
Exemplo de como pode ser cobrado em
vestibulares:
Artigo de opinião: é
um gênero textual que também se utiliza da tipologia argumentativa, uma vez que
o emissor expõe sua opinião sobre determinado assunto. Nesse caso, o autor em
geral tem a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa
apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões.
Sua estrutura é
próxima da redação dissertativa, que antes era cobrada pela UFSM e continua
valendo para a prova de redação do ENEM:
* título;
* contextualização ou apresentação da
questão discutida;
* tomada de posição quanto à questão;
argumentação que sustenta a posição assumida;
* conclusão com reforço do
posicionamento defendido.
Exemplo de artigo de opinião:
Livro de autoajuda
Em
tempos pretéritos, quando a forma que constituía nossa sociedade era ordenada
por estamentos, e muitas vezes sem mobilidade social, a população sabia bem
quais eram seus afazeres e tarefas a cumprir. Com o advento da globalização,
esse senso crítico foi perdido, e os indivíduos começaram a se sentir pequenos
coadjuvantes no grande palco da vida. Com isso, os livros de autoajuda vêm com
o intuito de servir como uma ponte entre a vontade de melhorar seus pensamentos
e atitudes de derrota perante a vida até o entendimento do problema. Mesmo
assim, são paliativos e amenizadores das aflições de cunho
sentimental-psicológicos.
A
quantidade de informações que chega diariamente pelas mídias vem aumentando a
cada dia, em outro viés, aumentam também os sintomas de ansiedade e
preocupações decorrentes do estilo frenético e pouco saudável o qual as pessoas
estão se sujeitando. Nesse tocante, muitos escritores se utilizam desse
descontrole e publicam obras milagrosas de sucesso imediato. No entanto, esse
tipo de literatura não tem valor profundo para mudanças internas. Os
verdadeiros livros de autoajuda são obras que utilizam a arte da dúvida da
filosofia e a crítica da psicologia como alicerces. Essas servem como pontes
entre a vontade de mudança até o entendimento do problema, que é muito
subjetivo e próprio de cada ser humano, o qual é único e mutável.
Além
disso, os livros de autoajuda funcionam como métodos paliativos e servem para
minimizar as aflições psicológicas dos indivíduos. Entretanto, não substitui o
tratamento orientado pelos especialistas. Exemplo disso são os livros do
eminente psiquiatra e psicoterapeuta no Brasil atualmente Augusto Cury. Seus
livros têm o poder real de mudança, pois não prometem milagres. Eles estão
baseados nos princípios da dúvida e da crítica, fundamentais sempre para darem
luzes racionais aos problemas da mente humana.
Portanto,
o objetivo dos livros de autoajuda é servir como objeto de esclarecimento e
auxílio, mesmo que modesto, aos indivíduos que buscam sair da plateia para
atuarem nessa grande peça, que envolve drama, comédia, romance e aventura, a
qual é a vida. Navegar em águas calmas é ótimo, e todos desejam sucesso e
conquistas para desfrutarem dessa viajem. Mas, antes, é necessário percorrer
caminhos inóspitos, enfrentar vendavais, e só assim, depois da chuva intensa,
podem ter a chance de ver os raios do arco-íris no fim do horizonte.
Estudante de
Psicologia. Leonardo Lima de Senna.
Disponível em: http://www.clicrbs.com.br/dsm/rs/impressa/4,41,4390058,23538
Mais informações no
profª Luana Iensen
olá luana,
ResponderExcluirsou genealogista e pesquisadora. pesquiso a família iensen e gostaria de fazer contato contigo, se tiveres interesse em colaborar. meu email: cruzberte@ig.com.br
att
elisabeth berté