Luana
Iensen Gonçalves
O
quê? Quem? Como? Onde? Quando? Por quê? Responder de forma clara e concisa
essas perguntas pelo jornalista consiste no lide, ou seja, a parte básica
notícia. Mas, com a ampliação do acesso à internet, a informação tem sido
noticiada cada vez mais rapidamente pelos meios de comunicação. A questão é que
tanta agilidade na publicação nem sempre garante qualidade e credibilidade da
notícia que chegam a nós, os leitores.
A
apuração é a “alma do negócio” jornalístico. O jornalista com formação
acadêmica apreende, testa e prática diferente técnicas de escrita, como também
de apuração para, assim, informar com clareza. Apurar, por exemplo, com legibilidade
para conquistar o leitor e ainda cumprir a função social que o jornalismo
exerce: mostrar a verdade. Entretanto, inúmeras vezes acontece o contrário: ele
não tem tempo para apurar de modo eficiente e ouvir diferentes fontes
(informantes presentes no acontecimento) para, então, redigir e publicar uma notícia.
Eis
o problema de nossa era tecnológica: o tempo. A concorrência entre os meios de
comunicação para divulgar primeiro aquele “furo” (notícia em primeira mão) faz
com alguns jornalistas cometam alguns equívocos. Ao presenciar um fato ou
receber uma informação, muitas vezes, o jornalista se precipita ao publicar
on-line seu texto, querendo ser o primeiro, e acaba por não fazer uma apuração
completa. Casos práticos ocorrem diariamente em “sites” noticiosos, como a recente
notícia de que um nigeriano teria morrido em Maranhão com o vírus ebola. Dias
depois, o Mistério da Saúde divulgou uma nota para esclarecer que não há casos suspeitos
ou confirmados de ebola no Brasil - como uma resposta ao boato que circulou em ambientes
virtuais.
Sendo
assim, para se ter respostas coerentes e legítimas para as perguntas as quais
compõem o lide, é preciso tempo. Mesmo com pressão do tempo e das tecnologias,
o trabalho de um bom jornalista precisa de organização, de um texto claro, com
uma gramática correta, e uma informação apurada. Convém que as universidades
continuem a investir em uma formação de qualidade nos cursos de Comunicação
Social e que as empresas de comunicação valorizem esse trabalho de preferir a
credibilidade à rapidez.
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