Aula pública
para debater as cotas
A
aula pública – Vamos falar sobre cotas?
ocorreu nessa quarta-feira, 05/09/2012, às 18h, na Praça Saldanha Marinho. A manifestação foi uma iniciativa de vários
coletivos como Afronta, AENUFSM, Levante, Corap, Ilê Ossanha, Práxi e entidades
como DCE da UFSM, Assufsm, Sesufsm, Museu 13 de Maio e Rede Educação Cidadão para
falarem sobre as políticas de ações afirmativas e das cotas nas universidades
federais, além do apoio de movimentos sociais e estudantis.
Segundo acadêmica de Engenharia
de Computação da UFSM, Winnie Silva, 20 anos, integrante do coletivo AFRONTA, a
manifestação teve por objetivo esclarecer a população sobre as cotas e a nova
lei aprovada pela presidente Dilma Rousseff, na semana passada, com caráter informativo, provocativo e de protesto.
Durante
a aula, foi organizado uma mesa de debates na praça que contou com a participação
de negros e indígenas, com destaque para a presença de Maria Rita Py Dutra,
Suelen Gonçalves, Nei D’Ogum, e os líderes indígenas kaingang Natanael Claudino
e Augusto. O coordenador da atividade foi o professor de história da UFSM, Cícero
Santiago. Entre os discursos da noite, o líder indígena kaingang Augusto
salientou como estão as universidades federais atualmente em relação è
receptividade das diferenças, "A Universidade ainda
está em Construção. A
gente ainda não aprendeu a solidariedade. A gente ainda não se amou”.
Fala da estudante Suelen Gonçalves, cotista do curso Ciências Contábeis da UFSM
O
público, composto principalmente por estudantes e por quem passava pela praça e
já ficava escutando, acompanhou com atenção os debates. Para William Natael, 21
anos, vestibulando no Práxis Pré-Vestibular, e o aposentado, Gilmor Leal, gostaram
da iniciativa, pois acreditam que muitas pessoas ainda não entendem como funciona
as cotas.
Os
presentes puderam ainda levar para casa o folder informativo que foi entregue. Nele,
informações sobre as cotas, argumentação favorável às cotas dos organizadores
do evento e também alguns dados referente à situação discriminatória vivenciada
pelas populações indígenas e negras. Conforme conta no material, no mercado de
trabalho, os negros recebem 50% menos que os não-negros e 90,23% dessa população
negra ativa economicamente estão no emprego doméstico; na área rural, 38,4% das
crianças indígenas não possuem certidão de nascimento. Os manifestantes
defendem que o papel das cotas está além da possibilidade de ingresso no ensino
superior público. O argumento no folder defende que “as cotas estimulam o
debate sobre a questão racial, questionam a diversidade dentro das instituições
de ensino” e objetivam “dar um novo significado à noção de justiça social”.
Saiba +
A referida
lei, sancionada em 30 de agosto, prevê a reserva de 50% das vagas em instituições
públicas para cotistas, unificando as cotas raciais e sociais, de modo que As universidades terão um prazo de quatro anos para se
adaptarem à lei. No site do Portal da
Legislação é possível conferir o decreto (http://www6.senado.gov.br/mate-pdf/112899.pdf).
Em Santa Maria , em agosto, teve-se também um protesto contra a
provação dessa lei.
Texto e imagem por Luana Iensen
Texto e imagem por Luana Iensen
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