quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Tradição perpetuada em todas gerações


Com o tema Nossas Riquezas, a Semana Farroupilha 2012, em Santa Maria, ganhou uma nova morada: a Praça Saldanha Marinho. Durante a semana, a 13° Região Tradicionalista (RT) e a prefeitura prepararam uma programação especial. Essa será a 1° Ronda Artístico Cultural que, segundo o coordenador da 13° RT, João Carlos Cardozo de Lima, 53 anos, é organizada pela região e contará com oficinas artesanais, culturais e campeiras e apresentações artísticas. Os shows noturnos serão promovidos pela prefeitura.
O que objetivamos é “a popularização da Semana Farroupilha, de modo que a população se aproprie desse movimento e sentimento de ser gaúcho”, explica Lima. Para isso, se terá uma programação cultural e artística, na qual prendas e peões  mostrarão e divulgarão as tradições e história do povo gaúcho na Praça. Além disso, segundo a coordenadora de prendas, Angélica Rigão de Vargas, “várias escolas e creches fazem atividades alusivas à Semana Farroupilha e solicitam a presença de prendas e temos que fazer o possível pra atender à todas”.

O tradicionalismo nas diferentes gerações
Nos Centros de Tradições Gaúchas (CTG) convivem as diferentes gerações, o que motiva toda a família a frequentar. E a cada ano que passa, as mulheres têm mais espaço nas atividades administrativas e campeiras que antes eram de predominância masculina. No CTG Bento Gonçalves a patroa e vice-patroa são mulheres. A patroa, Lenir Martins da Silva, participa da entidade desde a fundação, comenta que “teve o apoio de todos e nunca sofreu preconceito por ser uma mulher com as rédeas na mão”.
A atua l° Prenda da 13° RT, Taynara Ouriques, 19 anos, acadêmica de Enfermagem- UNIFRA, iniciou no movimento aos 10 anos por influência do irmão, que já dançava.  Para a jovem, ser prenda é “uma dádiva, ter o dom, é uma honra e orgulho porque represento as mulheres da região, como uma forma de repassar o conhecimento tradicionalista. Como prenda, transmito o que aprendo no CTG para outras pessoas nos CTGs e escolas por meio de projetos, oficinas. E este ano, com a programação na praça, podemos mostrar as tradições para um público maior e mais diversificado, de forma a fazer essas pessoas se aproximarem com as tradições”.
O tradicionalismo nas diferentes opiniões
As comemorações da Semana Farroupilha também despertam diferentes opiniões em relação ao o que é ser tradicionalista e ser gaúcho, quem nasce no Rio Grande do Sul. Fábio Freitas, 26, músico do Cambonaço, explica que sua criação foi ligada aos centros de tradições, no entanto acredita “que a proibição do tchê music nos CTGs é uma ação retrógada, pois proíbem uma evolução natural da música”.
Naiani Machado da Silva Fenalti, 26 anos, professora de história, ao trabalhar a história do Estado nas escolas comenta que não é contra ao movimento tradicionalista, mas o que a assusta como professora é que muitos alunos que tem, os que participam de CTG, não sabem que a revolução foi pensada pela elite, “não houve vencedores e vencidos, e sim, um acordo de paz entre os lados, justamente porque não havia mais recursos financeiros e humanos para continuar lutando. Não existe uma derrota em si, mas, sim, um enfraquecimento da guerra. Me parece que “pulam” essa parte da história os CTGs”.
João Carlos Cardozo de Lima enfatiza que as regras de conduta para participar de CTGs são feitas de tradicionalistas para tradicionalistas.  “Não visamos obrigar os visitantes a se pilcharem, mas quem opta por ser tradicionalista segue essas regras”. Assim, quem quiser saber mais sobre essas questões poderá aproveitar a Semana Farroupilha na Praça.


Por Franciele Marques e Luana Iensen Gonçalves.

Acadêmicas do curso de Jornalismo – Unifra.
Notícia pesquisada e elaborada para a disciplina de Técnicas de Entrevistas e Reportagem entre 13 e 19 de setembro de 2012.

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