Com o tema Nossas Riquezas, a Semana Farroupilha
2012, em Santa Maria ,
ganhou uma nova morada: a Praça Saldanha Marinho. Durante a semana, a 13°
Região Tradicionalista (RT) e
a prefeitura prepararam uma programação especial. Essa será a 1° Ronda Artístico Cultural que, segundo o
coordenador da 13° RT, João Carlos Cardozo de Lima, 53
anos, é organizada pela região e contará com oficinas
artesanais, culturais e campeiras e apresentações artísticas. Os shows noturnos
serão promovidos pela prefeitura.
O que objetivamos é “a popularização da Semana
Farroupilha, de modo que a população se aproprie desse movimento e sentimento
de ser gaúcho”, explica Lima. Para isso, se terá uma programação cultural e
artística, na qual prendas e peões
mostrarão e divulgarão as tradições e história do povo gaúcho na Praça.
Além disso, segundo a coordenadora de prendas, Angélica Rigão de Vargas,
“várias escolas e creches fazem atividades alusivas à Semana Farroupilha e
solicitam a presença de prendas e temos que fazer o possível pra atender à
todas”.
O
tradicionalismo nas diferentes gerações
Nos Centros de
Tradições Gaúchas (CTG) convivem as diferentes gerações, o que motiva toda a
família a frequentar. E a cada ano que passa, as mulheres têm mais espaço nas atividades
administrativas e campeiras que antes eram de predominância masculina. No CTG
Bento Gonçalves a patroa e vice-patroa são mulheres. A patroa, Lenir Martins da
Silva, participa da entidade desde a fundação, comenta que “teve o apoio de
todos e nunca sofreu preconceito por ser uma mulher com as rédeas na mão”.
A atua l° Prenda da 13°
RT, Taynara Ouriques, 19 anos, acadêmica de Enfermagem- UNIFRA, iniciou no
movimento aos 10 anos por influência do irmão, que já dançava. Para a jovem, ser prenda é “uma dádiva, ter o
dom, é uma honra e orgulho porque represento as mulheres da região, como uma
forma de repassar o conhecimento tradicionalista. Como prenda, transmito o que
aprendo no CTG para outras pessoas nos CTGs e escolas por meio de projetos,
oficinas. E este ano, com a programação na praça, podemos mostrar as tradições
para um público maior e mais diversificado, de forma a fazer essas pessoas se
aproximarem com as tradições”.
O
tradicionalismo nas diferentes opiniões
As comemorações da
Semana Farroupilha também despertam diferentes opiniões em relação ao o que é
ser tradicionalista e ser gaúcho, quem nasce no Rio Grande do Sul. Fábio
Freitas, 26, músico do Cambonaço, explica que sua criação foi ligada aos
centros de tradições, no entanto acredita “que a proibição do tchê music nos CTGs é uma ação
retrógada, pois proíbem uma evolução natural da música”.
Naiani Machado da Silva
Fenalti, 26 anos, professora de história, ao trabalhar a história do Estado nas
escolas comenta que não é contra ao movimento tradicionalista, mas o que a
assusta como professora é que muitos alunos que tem, os que participam de CTG,
não sabem que a revolução foi pensada pela elite, “não houve vencedores e
vencidos, e sim, um acordo de paz entre os lados, justamente porque não havia
mais recursos financeiros e humanos para continuar lutando. Não existe uma
derrota em si, mas, sim, um enfraquecimento da guerra. Me parece que “pulam”
essa parte da história os CTGs”.
João Carlos Cardozo de Lima enfatiza que as regras de conduta para participar
de CTGs são feitas de tradicionalistas para tradicionalistas. “Não visamos obrigar os visitantes a se
pilcharem, mas quem opta por ser tradicionalista segue essas regras”. Assim,
quem quiser saber mais sobre essas questões poderá aproveitar a Semana
Farroupilha na Praça.
Por Franciele Marques e Luana
Iensen Gonçalves.
Acadêmicas do curso de Jornalismo –
Unifra.
Notícia pesquisada e elaborada para a
disciplina de Técnicas de Entrevistas e Reportagem entre 13 e 19 de setembro de
2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário