Educação
a serviço da sociedade
Universidades federais terão que
disponibilizar 50% das vagas para alunos de escolas públicas.
O 29 de agosto de 2012 ficou
marcado na história da educação pública superior do Brasil: a presidenta Dilma
Rousseff sancionou, em Brasília, a lei que prevê 50% das vagas das
universidades federais para alunos da rede pública. Segundo a lei, a reserva
será destinada pelo critério renda familiar, rede de ensino e cor. Serão quatro
anos para as instituições se adaptarem.
Na região, a Universidade de
Santa Maria (UFSM) apenas reestruturará a distribuição das vagas, pois 40% já
são destinadas a essa cota.
Opinião
do Professor
Para o professor de literatura,
José Eduardo Escobar, 40 anos, tem-se um problema histórico na educação
brasileira, desde os ensinamentos jesuíticos, e as cotas é uma forma de
compensar essa injustiça. Porém, têm-se dois lados: o favorável, pois os alunos
da educação básica têm menos oportunidades do que os de escolas particulares.
No entanto, há algumas exceções, como aqueles alunos que estudaram apenas um
ano em escola particular não serão beneficiados pela cota. Ele acredita,
também, que aumentará a concorrência para os demais 50%.
Mauricio Charão, professor de
filosofia, 24, a
iniciativa é uma boa alternativa, pois trata mais da cota social do que a
racial. Charão acredita que com mais alunos do ensino público básico estudando
em federais, e após no mercado de trabalho, “estarão prestando serviço à
população em geral, completando um ciclo de prestação de serviços que pagamos
com tantos impostos”.
- “O que importa é o esforço e
dedicação do aluno, não a cota”, justificam a pedagoga Ivana Bernardes da
Silva,41, e Sabrina Londero Rossato, 30, professora de matemática, alegando
serem contra as cotas de cor.
Opinião
do Vestibulando
O vestibulando para Engenharia
Civil, Geferson Matiase, 18, que prestará seu segundo concurso, aprova a cota
social, apenas não é favorável às cotas por cor. Para os já acadêmicos de
Direito da Unifra, Caetano de Freitas, 17, e Wagner Barichello, 18, o governo
deve priorizar a curto e longo prazo melhorias na educação básica, investindo
em infraestrutura e professores.
Luciéle Correa, 23, acadêmica
de Fonoaudiologia, UFSM, fez curso pré-vestibular gratuito (Alternativa) e
aprova as cotas. “Com elas teremos um processo justo, pois a prova é uma, mas
alunos da escola privada são melhores preparados”, argumenta. Luciéle.
Oportunidade
de preparação
Os alunos que não têm condições
financeiras e estudaram em escola pública, têm a possibilidade de se prepararem
no Alternativa Pré-Vestibular. O curso é um projeto de extensão da própria UFSM
e visa atender essa comunidade. As aulas são ofertadas diariamente no turno da
noite e nos sábado à tarde, além de atividades paralelas de socialização de
conteúdos com o cotidiano. Os professores são voluntários, acadêmicos da UFSM e
Unifra, ou já formados e atuando no mercado de trabalho.
Fonte:divulgação.
Felipe Girardi, 22, um dos
coordenadores do Alternativa e professor de história, afirma que a proposta da
presidenta é positiva e coerente com a realidade brasileira. “Não há igualdade
de condições de competição entre alunos de escolas públicas e particulares”,
comenta Girardi, por isso a importância social das cotas para estudantes de
escolas públicas.
- “Certamente, a melhor saída é investir na educação básica, para então ter-se igualdade no ingresso ao ensino
superior”, afirma o professor de história.
Por Franciele Marques e Luana Iensen
Gonçalves.
Acadêmicas do curso de Jornalismo – Unifra.
Notícia pesquisada e elaborada para a disciplina
de Técnicas de Entrevistas e Reportagem. 30.08.2012
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