domingo, 29 de abril de 2018

Estou preso, logo inexisto


De acordo com dados do Ministério da Justiça, o Brasil é o quarto país do mundo em número de presos, sendo que em 1990, havia 90 mil presos e, hoje, são 607 mil. Diante desse número assustador e aumentativo ao longo da história, evidencia-se o caos que se instaurou no sistema carcerário brasileiro. Entre tantas problemáticas envolvidas, destaca-se a falta de capacitação dos agentes penitenciários e a superlotação dos presídios.
          O sonho de muitas pessoas é a provação em um concurso público. Porém, isso pode transformar-se me pesadelo quando não se está preparado para certas vagas. Nem sempre os agentes penitenciários (função concursada) recebem um treinamento eficiente e constante atualização. Conforme Marcos Sloniak, diretor da Escola Penitenciária do Distrito Federal, é preciso mudar a cultura do agente penitenciário: “O foco não pode ser só a segurança e a disciplina”. Para ele, o servidor responsável pela guarda dos presos tem que entender que a reintegração social do detento é uma das principais maneiras de diminuir os índices de violência.
              Outro desafio a ser enfrentado é a superlotação dos presídios brasileiros. Dados do Ministério da Justiça apontam que, em vários estados, a ocupação chega a ser 190% a mais da capacidade permitida. Celas que foram construídas para abrigar dez presos chegam a ter 35 pessoas. Conforme a resolução do CNPCP (Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária), “superlotação não é compatível com o processo de socialização”. Esses dados evidenciam o caos atual desse sistema.
A partir dos desafios destacados, nota-se que o sistema prisional brasileiro enfrenta um colapso. Para amenizar esse caos e projetar soluções a longo prazo, é urgente que o governo faça promova cursos preparatórios para os agentes penitenciários assim como uma ambiente de trabalho humano, tanto para os funcionários como para as pessoas em exclusão. Ainda, deve realocar presos a fim de diminuir a superlotação assim como trabalhar em conjunto com o poder judiciário para que os processos possam ser julgados com mais agilidade.

Luana Iensen Gonçalves



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