Santa Maria é um polo
universitário. A cada ano, jovens estudantes do ensino médio daqui, da região e
de todo o Brasil prestam o vestibular nas universidades privadas, no Enem
(Exame Nacional do Ensino Médio) e principalmente na UFSM (Universidade Federal
de Santa Maria), por ser pública. A preocupação no período de voltas às aulas
é: esses alunos são apenas preparados para o vestibular ou recebem conhecimento
para a vida?
Nossa cidade conta com um
grande número de escolas, sejam privadas ou públicos, além de inúmeros cursos
preparatórios para vestibulares. Os alunos se preocupam se o conteúdo
específico do vestibular será trabalho. Sim, esse conteúdo está engajado com o
roteiro das escolas. No entanto, a principal preocupação deve ser como usar
esse conteúdo no dia a dia. Pesquisas divulgadas pelas mídias apontam que
muitos calouros não conseguem interpretar textos (sejam escritos, em imagens) no
início da faculdade, que têm dificuldade em relacionar esses textos com as
ideias expostas pelo professor. Esse problema é decorrente da preocupação em
decorar regras e fórmulas e não em aplicar a teoria na prática.
Essa falta de aplicabilidade
prática da teoria, além de ser uma dificuldade no início do ensino superior,
aumenta o número de alfabetos funcionais em nossa sociedade. Ou seja, aquelas
pessoas que sabem decodificar as palavras e os números, mas não compreendem o
sentido da mensagem. Percebe-se isso quando um estudante não consegue
relacionar dados estatísticos; interpretar gráficos e tabelas; relacionar
informações de diferentes fontes. O que agrava o período de aprendizagem
transitório entre ensino médio e a formação acadêmica.
A preocupação essencial na
escola, portanto, é fazer com que o aluno utilize o conhecimento aprendido em
suas atividades práticas diárias e não decore regras apenas para passar em um
vestibular. Para isso, é necessário um ensino que estimule a prática, de modo
que o professor seja um mediador entre conhecimento e alunos e não somente
alguém que transfere ideias prontas.
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