domingo, 27 de outubro de 2013

O caminho do infra-ordinário – a Biblioteca Pública


No presente trabalho, era necessário escolher um objeto de estudo presente no meu caminho ordinário que não tivesse percebido ou não prestasse atenção. Bem, o meu objeto escolhido foi a Biblioteca Pública Municipal Henrique Bastide. É evidente que eu conhecia o lugar pesquisado, mas minha motivação em selecioná-lo foi por que muitas pessoas esperam o ônibus na parada da biblioteca e não têm ideia do que fosse aquele prédio.

Frente da Biblioteca Pública Municipal de SM


Histórico e informações da Biblioteca:
A Biblioteca Pública Municipal Henrique Bastide foi criada em 1938. Atendeu primeiramente na Rua do Acampamento, no prédio que pertencia a Sociedade Italiana. Meses depois, passou a funcionar no prédio do atual Theatro Treze de Maio, apenas em 1992 foi para a edificação que fica na Av. Presidente Vargas. A Biblioteca passou a se chamar Henrique Bastide pela Lei Municipal nº 511, a partir de 24 de setembro de 1956, em homenagem a seu idealizador e primeiro diretor.
O principal objetivo da Biblioteca desde sua criação é incentivar a leitura e oportunizar o crescimento cultural à população. Para isso, está à disposição da comunidade e oferece a pesquisa local, onde o leitor retira no balcão o livro solicitado e o ocupa no espaço da Biblioteca, também a possibilidade de ser um associado, podendo retirar o livro e levá-lo para casa.
Hoje, a Biblioteca atende leitores de todas as faixas etárias com um acervo que abriga livros infantis e adultos, oferecendo uma leitura formativa e de lazer. A quem prefira um roteiro informativo, também está à disposição periódicos como, Zero Hora, Diário de Santa Maria e A Razão e revistas, como Veja, Semana, Saúde, Super Interessante e Mundo Estranho. Segundo Rosângela Rechia dos Santos, são retirados de 40 a 50 livros por dia pelo empréstimo. Sendo as pessoas que retiram esses livros o maior público da Biblioteca; depois os grupos de estudos nas salas; os leitores de periódicos e as pessoas que acessam a lan house disponível gratuitamente na entrada da instituição.
Apesar de ter muitas escolas aos arredores da Biblioteca, Rosângela afirma que as escolas fazem visitas com os alunos do ensino fundamental para a contação de histórias. Alunos do ensino médio apenas retiram as leituras obrigatórias do vestibular, não há procura por atividades específicas. Por não ter uma equipe de trabalho, ela conta que as atividades culturais não estão sempre disponíveis, só acontecem com agendo prévio das escolas.
Atividades Culturais desenvolvidas pela Biblioteca: Lançamento de Livros; Hora do Conto; Projeto Baú do Livro; Baú infantil, Baú do Vestibular, Baú dos 150 anos do Município (O Baú visita escolas e permanece por 15 dias (com agendamento prévio)); Dia do Livro Infantil; Dia Internacional do Livro; Feira do Livro Usado; Dia do escritor; Concurso Literário Felippe D'Oliveira; Palestras e Saraus Literários; Visita de Escolas na Biblioteca.
Além de ser um local de leitura e pesquisa, o espaço disponibiliza salas temáticas como, a Sala Verde, com acervo sobre meio ambiente, a Sala do Escritor Santa-Mariense, onde se pode encontrar livros de escritores locais, Sala da Literatura Infantil e Sala da Academia Santa-Mariense de Letras. Ainda, Rosangela explica que a Oficina de Inclusão Digital para a terceira idade é a atividade que sempre está em funcionamento. Essa conta com a parceria do Bradesco e um estagiário (pelo CIEE) para ensinar computação para os idosos.
Em outubro deste ano, 2013, a Biblioteca completa 75 anos. Uma semana especial com atividades culturais foi preparada: * exposição de livros antigos em parceria com o Rotary Club que completou 80 anos; * a Casa do Poeta promoveu o Livro na Mão; * o Literatura em Cena, teatro das obras do vestibular pelo Fóton Vestibular; * um debate com ex-patronos da Feira do Livro de Santa Maria; * contação de histórias com o grupo Vô Venâncio.

Entrevistas:
Entrevista A
As cinco pessoas entrevistadas abaixo estavam na parada de ônibus na Avenida Presidente Vargas próximo da Biblioteca ou nos bancos em frente à Biblioteca.

Nome
Idade
Ocupação
Descrição do Objeto
Marcelo Costa
14
estudante
Ele achava ser a Biblioteca, depois de eu confirmar a informação ele explicou que nunca a visitou. Só sabia por que o irmão o avisou que precisa descer na para da Biblioteca.
Gabriel Marconato de Campos
14
estudante
Ele achava ser a Biblioteca, depois de eu confirmar a informação ele explicou que nunca a visitou.
Isadora Bello
14
estudante
Não tinha ideia do era o prédio. Ficou surpresa quando revelei ser a Biblioteca
Kelli Prado
14
estudante
A única que respondeu direto que sabia ser a biblioteca. Porém nunca a visitou. Tinha certeza porque uma vez perdeu o ônibus (de noite) e foi ao redor ler as placas.
Laura Houch
13
estudante
Respondeu que não sabia.

            A maioria dos estudantes fizeram uma expressão de espanto quando contei que o prédio era a Biblioteca e que este ano completará 75 anos.

Entrevista B
Para as próximas cinco pessoas eu mostrei a fotografia do objeto,, após duas respostas entrevistas abaixo estavam na parada de ônibus na Avenida Presidente Vargas próximo da Biblioteca ou nos bancos em frente à Biblioteca.
Nome
Idade
Ocupação
Descrição do Objeto
Natiele Moreira
29
doméstica
Respondeu minha pergunta com uma pergunta: é aquele prédio onde se retira livros? Após eu dizer que sim, que se chamava Biblioteca e que fará 75 anos, ela espantou-se.
Lázaro Cardozo Pereira
23
Advogado
Tinha certeza que era a biblioteca. Inclusive é sócio.
Douglas Ribeiro Machado
15
Estudante
Não conhece. Ficou surpreso. Disse ainda que pouco passa por ali, pois mora no itararé.
Ana Rosa Toniasso
56
Doméstica
Não sabia. Ficou surpresa e disse que nunca visitou o local
Lidiane Ramos
17
Estudante
Conhecia o local da foto, mas nãos sabia que era a biblioteca, ficou muito espantada, pois ela acreditava que só tinha biblioteca pública em Porto Alegre.

            A maioria das pessoas ficava espantada quando eu informava que era a Biblioteca e que este ano completará 75 anos. Não acreditam que outras pessoas e elas mesmas não conheciam um prédio tão importante para a cidade. Mesmo as que sabiam o nome do prédio, afirmaram que nunca entraram na biblioteca.

Impressões finais
Num primeiro momento, quando as pessoas num local próximo da biblioteca respondiam que não sabiam o que era aquele prédio, fiquei surpresa, pois quem estava na parada de ônibus, pegava sua condução ali pelo menos três vezes por semana. Isso significa que as pessoas realmente não prestam atenção pelos lugares que passam - isso que a biblioteca é um prédio grande, e na sua quadra, há outros momentos históricos.
Porém, depois, lembrei que eu mesma fui estudante da Escola Cilon Rosa, praticamente ao lado da biblioteca, e nunca um professor meu levou a turma ali. EU conheci a biblioteca por curiosidade própria e para fazer pesquisas escolares, mas sem incentivo específico da escola.
Fazer esse trabalho, fez-me prestar mais atenção em todos os caminhos que passo, não apenas em prédios grandes, mas também em detalhes pequenos, principalmente os naturais. Dias desses, fazendo minha caminhada na faixa nova, fiquei abismada ao ver uma mulher parar o carro apenas para arrancar as rosas que tinham próximo à beira da faixa. As pessoas preocupam-se tanto com a correria da vida atual que desaprenderam a admirar as coisas e respeitas o habitat delas.

Referências:
Secretária Municipal de cultura. Disponível em: . Acesso em 05 set. 2013.
Entrevista cedida pela Rosângela na Biblioteca em 19 de setembro de 2013.

Trabalho para a disciplina de Estética e Comunicação


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