quinta-feira, 29 de abril de 2010

Sarau 2010

Sarau Literário 2010 da UNIFRA: um sucessoooo!!!

Parabéns a todos que parciparam e obrigada aos que prestigiaram o evento!!

terça-feira, 27 de abril de 2010

No ritmo do Sarau Literário

Com licença poética

Adélia Prado


Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza
e ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.
Cumpro a sina.Inauguro linhagens, fundo reinos
- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
(Bagagem, 1976).

sexta-feira, 23 de abril de 2010

15° Jornada Nacional de Educação

Mais um evento promovido pelo Centro Universtário Franciscano, participem

Período de inscrições
Para participação no evento: 12/04/2010 a 20/05/2010 ou enquanto houver vagas.
Período de envio de trabalhos: até 02/05/2010 (o pagamento do boleto bancário deverá ser realizado até 28/04/2010).
Divulgação dos trabalhos aprovados: 18/05/2010 no site do evento.
PROGRAMAÇÃO
Dia 25/05/2010 – Terça-feira
8h às 12h – Credenciamento e entrega de material
14h às 17h - Comunicações orais
18h às 19h – Solenidade de abertura
19h às 22h – Conferência de abertura: Educação, ideologia e democracia
Conferencista: Prof. Dr. Demétrio Magnoli – USP/SP
Coordenador: Prof. Ms. Valdemar Valente – UNIFRA/RS
Dia 26/05/2010 – Quarta-feira
8h às 12h - Comunicações orais
8h às 12h - Sessão de pôsteres
14h às 17h - Comunicações orais
14h às 17h - Sessão de pôsteres
19h às 22h – Painel: Educação popular e diversidade cultural
Painelistas: Prof. Dr. Danilo Streck – UNISINOS/RS
Prof. Dr. Balduíno Andreola – UNILASALLE/RS
Prof. Dr. Dr. Gomercindo Ghiggi – UFPel/RS
Coordenadora: Profª Drª Guacira de Azambuja – UNIFRA/RS
Dia 27/05/2010 – Quinta-feira
8h às 12h - Comunicações orais
8h às 12h - Sessão de pôsteres
14h às 18h - Apresentação de projetos desenvolvidos em escolas de educação básica
Coordenadora: Profª. Ms. Ail Conceição Meireles Ortiz – UNIFRA/RS
14h às 18h - Sessão de pôsteres
Atividades por área de conhecimento
8h às 11h - Tema: A construção social da identidade do transexual
Palestrante: Profª Drª. Esalba Maria Carvalho Silveira – PUC/RS
Coordenadora: Profª. Ms. Rosilaine Coradini Guilherme – UNIFRA/RS
14h às 17h - Tema: Discutindo sobre Bullying e pensando formas de intervenção e políticas públicas
Palestrante: Profª Drª. Carolina Saraiva de Macedo Lisboa – UNISINOS/RS
Coordenadora: Profª. Ms. Fernanda Pires Jaeger – UNIFRA/RS
19h às 22h - Tema: Ensino de História e Educação: diálogos, reflexões e desafios
Palestrante: Prof. Dr. Enrique Serra Padrós – UFRGS/RS
Coordenadora: Profª Ms. Roselâine Casanova Corrêa – UNIFRA/RS
19h às 22h - Tema: Letramento e inclusão social
Palestrante: Profª. Drª. Roxane Rojo – UNICAMP/SP
Coordenadora: Prof. Drª. Célia Helena de Pelegrini Della Mea – UNIFRA/RS
19h às 22h - Tema: Identidade e Cidadania: o local e o global em movimento
Palestrante: Profª. Drª. Vânia Vlach – UFU/MG
Coordenador: Profª. Drª. Vilma Dominga Monfardini Figueiredo – UNIFRA/RS
19h às 22h - Tema: Educação, Filosofia e autonomia
Palestrante: Prof. Dr. Avelino da Rosa Oliveira – UFPel/RS
Coordenadora: Profª Ms. Rita de Cássia Sant’Anna de Athayde Gonçalves – UNIFRA/RS
19h às 22h - Tema: Drogas para além do bem e do mal
Palestrante: Prof. Dr. Guilherme Carlos Corrêa – UFSM/RS
Coordenador: Profª Ms. Aline Marques da Silva – UNIFRA/RS
Dia 28/05/2010 – Sexta-feira
8h às 12h - Comunicações orais
8h às 12h - Sessão de pôsteres
14h às 17h - Comunicações orais
19h às 22h – Conferência de encerramento: Autonomia e cidadania na educação
Conferencista: Prof. Dr. Pedrinho Arcides Guareschi – PUC/RS
22h – Encerramento
INSCRIÇÕES E MAIORES INFORMAÇÕES
Somente via internet – pelo site www.unifra.br/eventos/jne2010

VII Sarau Literário

Pessoal!!!

Participem e prestigiem o VII SARAU LITERÁRIO do Centro Universitário Franciscano. As apresentações ocorrerão dia 27 de abril de 2010, no saguão dos prédios 16 e 17 do Conjunto III, das 18h30min às 22h. O Sarau Literário é uma promoção do Curso de Letras e do Diretório Acadêmico das Letras.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Estudos sobre a Dialetologia

A DIALETOLOGIA

Ao discutirmos o conceito de dialetologia, é interessante retomar o conceito de língua e dialeto. Saussure (2006) explica que a língua é um conjunto de signos que não pode ser modificada por quem fala e é obedecida pelas leis estabelecidas pela comunidade. Segundo Bechara (2006) é uma unidade linguística ideal, ou seja, que comunique e expresse a fala. E o dialeto, de acordo com Coutinho (1956) é a modificação regional de uma língua. Desta forma, Cardoso e Ferreira (1994) explicam que os falantes de uma mesma língua, mas de diferentes regiões, possuem características linguísticas variadas e “se pertencem a uma mesma região também não falam da mesma maneira tendo em vista os diferentes estratos sociais e as circunstâncias diversas da comunicação” (p.12). Assim é possível compreender porque existem tanto dialetos num país, e que um dialeto só existe se for falado por uma comunidade regional.
Para deixar bem claro o que se entende por dialeto, vale conceituar a isoglossa. Esta é segundo Cardoso e Ferreira (1994) “uma linha virtual que marca o limite, também virtual, de formas e expressões linguísticas” (p.12/13), por exemplo, a pronúncia de uma vogal, o significado de uma palavra ou o uso de uma característica sintática; como em:

bergamota, mexerica, tangerina, para designar certa fruta cítrica, respectivamente no Rio Grande do Sul, Nordeste em geral, Rio de Janeiro;
pobrema por problema, poliça por polícia, seje por seja, esteje por esteja,de uso freqüente em grupos de baixa escolaridade. (http://www.filologia.org.br/abf/volume2/numero1/06.htm)

Dessa forma, os dialetos são um conjunto de isoglossas que se somam e evidenciam uma relativa homogeneidade dentro de uma comunidade linguística em confronto com outras.
A língua, além das variações regionais, possuiu ainda os socioletos (variedades próprias de diferentes grupos sociais, etários ou profissionais) ou idioletos (variedades próprias de cada indivíduo).
Entende-se dessa forma, a dialetologia como o estudo das falas, tanto de suas variedades regionais como sociais. A dialetologia tem um maior interesse pelos dialetos regionais, mas estuda também os dialetos urbanos. Ela se identifica com a lingüística diatópica, horizontal.
Com muita segurança afirma Silva-Corvalán (1988:8), apud CARDOSO e FERREIRA, 1994 que

a dialetologia é uma disciplina com larga tradição, com uma metodologia bem estabelecida e uma rica e valiosa literatura. É indiscutível que a dialetologia trouxe contribuição de importância à sociolinguística e à linguística geral. (...)
Sociolinguística e dialetologia se tem considerado até certo ponto sinônimas uma vez que ambas as disciplinas estudam a língua falada, o uso linguístico e estabelecem as relações que existem entre certos traços linguísticos e certos grupos de indivíduos.(CARDODO e FERREIRA, 1994, p.19)

Enfim, é possível dizer que a dialetologia e a sociolinguística reconheceram desde o início a heterogeneidade linguística.



METODOLOGIA DO TRABALHO DIALETAL

Segundo Cardoso e Ferreira (1994), a metodologia do trabalho dialetal tem alguns passos definidos, com sentido de ordenar e proporcionar mais rendimento na investigação e disciplinar a pesquisa. Tem, assim as seguintes etapas: preparação da pesquisa, execução dos inquéritos, exegese e análise dos materiais recolhidos e divulgação dos resultados obtidos.
Na preparação da pesquisa parte-se inicialmente do campo linguístico a ser investigado. Após definir a área é preciso desenvolver etapas que levem à constituição da pesquisa. De acordo com Cardoso e Ferreira (1994), essas etapas são “de um lado desenvolver-se um conjunto de estudos que servirão de suporte ao trabalho e, de outro, proceder-se de” uma localidade (s) e de informante (s) “e de método de investigação que dê à pesquisa o embasamento teórico” (p.23).
A execução dos inquéritos, segundo as autoras, envolve as questões de acesso à localidade, o contato com o informante, a identificação do material arrecadado e o preenchimento da ficha de identificação do informante.
Ao fazer a análise dos materiais de campo é imprescindível um trabalho de explicação e explanação dos resultados obtidos.
Na divulgação dos resultados de um trabalho dialetal ocorre algo um pouco diferente das outras ciências. Normalmente os resultados são conclusões de uma dúvida inicial sanada pela pesquisa. Mas, na pesquisa dialetal os resultados são uma etapa terminada, pois, por trabalhar com a língua falada, indica um estudo continuado. Os resultados de hoje certamente serão diferentes se a mesma pesquisa for aplicada daqui dez anos.


GRAZIADIO ISAIA ASCOLI (1829-1917)

Ascoli foi um grande lingüista italiano. Ele é o fundador da dialetologia. O italiano partiu de dados sincrônicos e procurou nas línguas vivas uma explicação para as línguas do passado, apresentando a tese do substrato. Criticou os neogramáticos pela importância extrema que deram à analogia. Pois um mesmo som ou grupo de sons pode evoluir de maneira diversa de uma palavra para outra, porque as condições em que cada um se encontra são diferentes.


SUBSTRATO

De acordo com Basseto (2001), numa situação de bilinguismo ocorre o substrato, ou seja,
A língua de maior prestígio cultural e político tende a se impor naturalmente sobre a outra, que passa a perder seus falantes, que acabam por adotar o idioma de maior prestígio, até que o uso de sua língua materna se torne restrito (...). No caso de ser a língua do povo vencido que deixa de ser usada para se utilizar da do vencedor, de maior prestígio, deixando, contudo, marcas nessa última , fala-se de substrato”.(BASSETO,2001, p.153)

Basseto (2001) afirma que Graziadio Iasia Ascoli definiu substrato como “as marcas linguísticas advindas do povo que abandona seu idioma, levadas para a língua que passa a adotar”; e, esta definição foi seguida por Albert Schleicher e Matteo Bartoli.
De acordo com Basseto (2001), as marca do substrato estão, com mais frequência, no léxico e na fonética, sendo raras na morfologia e muito raras na sintaxe. O autor apresenta como exemplo, no Brasil, o substrato tupi (bororo, carajá, cataquina, etc.) que forneceu ao português um grande número de topônimos, designações de fauna e flora, de utensílios, entre outros.
Basseto (2001) também explica que a ação do substrato costuma ser lenta; que a definitiva inclusão de um fato linguístico modificado por essa ação receptora pode levar séculos para acontecer. E que, por isso, para a ação do substrato ocorrer depende de causas sociais, históricas e estilísticas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BASSETO, Bruno Fregni. Elementos da Filologia Românica. São Paulo: Edusp, 2001.

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Ed. Lucerma, 2006.

CARDOSO, Suzana Alice; FERREIRA, Carlota. A dialetologia no Brasil. São Paulo: contexto, 1994.

COUTINHO, Ismael de Lima. Pontos de gramática histórica. Rio de Janeiro: Ao livro Técnico, 1956.

SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix, 2006.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Graziadio_Isaia_Ascoli acesso em 20/03/2010.
http://www.filologia.org.br/abf/volume2/numero1/06.htm acesso em 20/03/2010

Variação e mudança linguística

INTRODUÇÃO

A linguística é uma ciência que explica a linguagem verbal humana tanto oral como escrita. Dentro disto, estuda as variações linguísticas abrangendo toda a língua. A linguística não julga o que é certo ou errado, nem prescreve regras; nela não existem erros e sim variações da linguagem.
Ferdinand de Saussure foi professor de linguística, um grande comparativista e é considerado o “pai” da linguística. Ele é quem iniciou os estudos linguísticos, como ciência, tornando-se a base para todos os estudos linguísticos realizados a partir da publicação de seu livro Curso de linguística geral ( nota: o livro foi publicado dois anos após seu falecimento por dois seguidores de Saussure).
Para Saussure a linguagem é muito complexa, pois possui muitas faces abrangendo diversas áreas da ciência. Durante seus estudos, dividiu a linguagem em duas partes: a língua e a fala. Explica que a língua é um conjunto de signos que não pode ser modificada por quem fala e é obedecida pelas leis estabelecidas pela comunidade. Enquanto isso, a fala é um ato único de cada falante. Deste modo, Saussure concluiu que esses elementos são dependentes, é preciso a língua para produzir a fala, mas também não há língua sem a prática da fala.
Completa afirmando que a linguagem será social e individual, pois a língua está a disposição de todos e torna-se individual no momento em que cada um manifesta a fala de sua maneira pessoal.
Saliento também o significado de signo linguístico para Saussure, que define este como os sinais produzidos pelo homem tanto pela fala ou escrita. O signo é a relação entre significante com significado. Para ele é importante observarmos a imagem acústica, não a confundindo com o som, pois ela é um conceito psíquico e não físico. Ela é a imagem que fazemos do som em nossa mente.
Para Saussure podemos estudar a língua sincronicamente (estuda-se um determinado estado da língua num tempo “X”) e diacronicamente ( estuda-se a língua na linha do tempo, ou seja, acompanha sua evolução).

VARIAÇÃO E MUDANÇA LINGUÍSTICA

Primeiramente é preciso diferenciar variável e variante linguística para entendermos a mudança linguística. “Variantes linguísticas são “diversas maneiras de dizer a mesma coisa em um mesmo contexto, com o mesmo valor de verdade. “A um conjunto de variantes dá-se o nome de variável linguística” (Tarallo, 1997, p.8). Um exemplo na língua portuguesa é a marcação do plural no sintagma nominal. Temos a variável s e as variantes s e a ausência do s:
As meninas bonitas - as meninas bonita - as menina bonita.

Deste modo, segundo Tarallo (1997) podemos dividi-las em variantes padrão e não-padrão. A variante considerada padrão é também conservadora e aquela que tem prestígio sociolinguístico na comunidade. A variante inovadora é a considerada normalmente não-padrão e estigmatizada pela comunidade.
Com estes conceitos é possível compreendermos como acontecem algumas mudanças linguísticas. Desta forma, “a realidade empírica central da linguística histórica é o fato de que as línguas humanas mudam com o passar do tempo”(Farraco, 1991, p.9), ou seja, a estrutura da língua se altera no tempo continuamente. Mas, para nós indivíduos, é difícil percebermos essa mudança linguística, pelo fato de que ela ocorre lentamente. Ao mesmo tempo somos peças importantes nessa evolução linguística, pelo fato de sermos falantes e utilizarmos a língua constantemente, pois, em “linguística histórica nem toda variação implica mudança, mas que toda mudança pressupões variação” (Farraco, 1991, p.13).
Podemos perceber a mudança linguística quando comparamos textos antigos com a escrita atual; ou quando falantes de gerações, ou classes econômicas, ou culturas diferentes se encontram e começam a dialogar. Estas situações revelam que a língua está constantemente passando por transformações, ou seja, “que estruturas e palavras que existiam antes não ocorrem mais ou estão deixando de ocorrer; ou então, ocorrem modificadas em sua forma, função e ou significado” (Farraco,1991, p.10). O autor aponta ainda algumas características da mudança linguística. Esta é contínua, lenta e gradual, e relativamente regular. E, relata que para de fato uma variação linguística tornar-se uma mudança ela deve ser aceita na oralidade por toda comunidade de falante e “passar” para a escrita.
Como já relatei segundo Saussure a linguagem é muito complexa, e com este estudo da mudança linguística fica mais claro a complexidade e importância que a linguagem tem em nosso cotidiano e o quanto esta deve ser explorada pelos pesquisadores.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Ed. Lucerma, 2006.

COUTINHO, Ismael de Lima. Pontos de gramática histórica. Rio de Janeiro: Ao livro Técnico, 1956.

FARACO, Carlos Alberto. Linguística Histórica. São Paulo: Ática, 1991.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio: o minidicionário da língua portuguesa. 7 ed. Curitiba: Positivo, 2008.

TARALLO, Fernando. A pesquisa sociolinguística. São Paulo: Ática, 1997.

SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix, 2006.

O preconceito linguístico na região de Carazinho.

Hoje divido o espaço com uma colega do curo. Aproveitem o texto: O preconceito linguístico na região de Carazinho. O relato apresentado po...