quarta-feira, 17 de novembro de 2010

IIISarau Literário - PVP Alternativa

O IIISarau Literário - PVP Alternativa foi um sucesso e contou com a participação de alunos, professores e convidados!!

A turma 04 foi destaque nas apresentações artísticas!

Na foto, meu alunos da turma 04 e eu.

Até o próximo Sarau!

Dica de Leitura!!! boa para os viciados em celular!!!

O reinado do celular
Martha Medeiros
De alto a baixo da pirâmide social quase todas as pessoas que eu conheço possuem celular. É realmente um grande quebra-galho. Quando estamos na rua e precisamos dar um recado, é só sacar o aparelhinho da bolsa e resolver a questão, caso não dê pra esperar até chegar em casa. Pra isso - e só pra isso - serve o telefone móvel, na minha inocente opinião.
Ao contrário da maioria das mulheres, nunca fui fanática por telefone, incluindo o fixo. Uso com muito comedimento para resolver assuntos de trabalho, combinar encontros, cumprimentar alguém, essas coisas relativamente rápidas. Fazer visita por telefone é algo para o qual não tenho a menor paciência. Por celular, muito menos. Considero-o um excelente resolvedor de pendências e nada mais.
Logo, você pode imaginar meu espanto ao constatar como essa engenhoca se transformou no símbolo da neurose urbana. Outro dia fui assistira um show. Minutos antes de começar, o lobby do teatro estava repleto de pessoas falando no celular. "Vou ter que desligar, o espetáculo vai começar agora." Era como se todos estivessem se despedindo antes de embarcar para a lua. Ao término do show, as luzes do teatro mal tinham acendido quando todos voltaram a ligar seus celulares e instantaneamente se puseram a discar. Para quem? Para quê? Para contar sobre o show para os amigos, para saber o saldo no banco, para o tele-horóscopo?? Nunca vi tamanha urgência em se comunicar à distância. Conversar entre si, com o sujeito ao lado, quase ninguém conversava.
O celular deixou de ser uma necessidade para virar uma ansiedade. E toda ânsia nos mantém reféns. Quando vejo alguém checando suas mensagens a todo minuto e fazendo ligações triviais em público, não imagino estar diante de uma pessoa ocupada e poderosa, e sim de uma pessoa rendida: alguém que não possui mais controle sobre seu tempo, alguém que não consegue mais ficar em silêncio e em privacidade. E deixar celular em cima de mesa de restaurante, só perdoo se o cara estiver com a mãe no leito de morte e for ligeiramente surdo.
Isso tudo me ocorreu enquanto lia o livro infantil O menino que queria ser celular, de Marcelo Pires, com ilustrações de Roberto Lautert. Conta a história de um garotinho que não suporta mais a falta de comunicação com o pai e a mãe, já que ambos não conseguem desligar o celular nem por um instante, nem no final de semana - levam o celular até para o banheiro. O menino não tem vez. Aí a ideia: se ele fosse um celular, receberia muito mais atenção.
Não é história da carochinha, isso rola pra valer. Adultos e adolescentes estão virando dependentes de um aparelho telefônico e desenvolvendo uma nova fobia: medo de ser esquecido. E dá-lhe falar a toda hora, por qualquer motivo, numa esquizofrenia considerada, ora, ora, moderna.
Os celulares estão cada dia menores e mais fininhos. Mas são eles que estão botando muita gente na palma da mão.

MEDEIROS, Martha. Coisas da vida: crônicas. Porto Alegre, RS: L&PM, 2010.

SEPE 2010 - UNIFRA

Durante o XIV Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão (10/11/12) Apresentei os trabalhos:

GÊNEROS TEXTUAIS: UMA PERSPECTIVA PARA O ENSINO DE LEITURA E DE LÍNGUA(GEM) juntamente à Porfessora orientador aEliane de Fátima Rangel. Este tem por objetivos levantar discussões de ideias sobre o ensino de leitura e língua(gem) através dos gêneros textuais, na perspectiva de atividades interpretativas e reflexivas eelaborar atividades interpretativas e reflexivas que valorizem o texto como objeto de ensino e não apenas para pretexto de atividades gramaticais. Justificamos nossa preocupação porque pretendemos, a partir de uma discussão com base em teóricos renomados, despertar no professor em serviço, bem como nos acadêmicos do Curso de Letras em formação, o interesse em assumir o texto como objeto de ensino, além de desenvolver diferentes estratégias de leitura e de produção textual, transformando a aula de língua(gem) em um ambiente de interação verbal e uma prática constante de comunicação.
É de extrama importância que as quatros habilidade (falar, ouvir, escrever e ler) façam parte da aula de língua materna e que se utilize o texto, e, consequentemente, os gêneros textuais como objeto de ensino-aprendizagem sob uma perspectiva mais ampla que envolva produção e circulação. Assim, entende-se como uma alternativa possível o ensino, priorizando a leitura, a compreensão e a interpretação de texto.

Outro trabalho que apresentei foi:
CONTANDO HISTÓRIAS, AGUÇANDO OS SENTIDOS PARA A LEITURA ;
no qual sob orientação da professora MArta Lia Appel aprsentei os resultados do projeto O incentivo à leitura através de oficinas literárias, realizado no primeiro semestre de 2010 que viosu possibilidade de apresentar a leitura à crianças de 03 à 07 anos através da contação de histórias, explorando seus sentidos (visão, audição, tato, olfato). Tivemos como objetivos além de despertar o gosto pela leitura; Incentivar a leitura de textos variados e Promover a interação social, através da leitura e interação do texto.
Tivemos como resultados o interesse que as crianças mostraram pelas histórias contadas; o interesse pela leitura; pela interação social entre elas, de modo que uma aprendeu a respeitar e ajudar a outra nas atividades propostas após as narrações e, principalmente, o gosto que elas adquiriram em recontar a histórias entre elas, através das imagens do livro. Percebe-se também a aquisição do léxico, através do letramentio literário.
Notou-se que de fato o letramento literário é uma prática que o une o ensino da leitura com o da escrita e com o da socialização, pois a contação propicia uma contextualização com o cotidiano das meninas.
Percebeu-se também, a criação do espaço interativo para as meninas dialogarem, socializarem suas ideias e vivências, para recontarem a histórias conforme suas imaginações. Isto deixou claro que é possível através de estratégias de leitura, incentivar as crianças para a leitura de diversos gêneros textuais e as diferentes linguagens, que com a contação de histórias elas puderam conhecer o mundo da palavra e o mundo em que vivem.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

SELES E SELM - UPF

Participação no SELES e SELM - outrubro de 2010 na Univerisdade de Paso Fundo.
Apresentei a oficina Contação de história, uma possibilidade do letramento literário. Esta foi idealizada a fim de divulgarmos o trabalho realizado referente ao projeto O incentivo à leitura através de oficinas literárias: Royale/2010; e compartilharmos dúvidas, sugestões e questionamentos referentes ao trabalho relacionado ao incentivo à leitura, a alfabetização e a literatura.



II SENALLP


Participação dos alunos e professores da UNIFRA no II Seminário Nacional de Linguística e Ensino de Língua portuguesa - realizado na FURG em Rio Grnade, 03-05 de novembro de 2010.
Na foto, com o professor Luiz Carlos Travaglia

dica de leitura: "Coisas da Vida" - Livro de crônicas de Matha Medeiros

Perder a Viagem
Martha Medeiros
Você pede ao patrão para sair mais cedo do trabalho, ai pega um ônibus lotado, vai para um consultório médico que fica no outro lado da cidade, gasta seus trocados, seu tempo e seu humor e, ao chegar, esbaforido e atrasado, descobre que sua hora, na verdade, está marcada para a semana que vem.
Sinto muito, você perdeu a viagem.
Todo mundo já passou por uma situação assim, de estar no lugar errado e na hora errada por pura distração. Acontecendo só de vez em quando, tudo bem, vai pra conta dos vacilos comuns a qualquer mortal. O problema é quando você se sente perdendo a viagem todos os dias. Todinhos. É o caso daqueles que ainda não entenderam o que estão fazendo aqui.
Estão perdendo a viagem aqueles que não se comprometem com nada: nem com um ofício, nem com um relacionamento, nem com as próprias opiniões. Estão sempre flanando, flutuando, pousando em sentimento nenhum, brigando por ideia nenhuma, jamais se responsabilizando pelo que fazem, pois nada fazem. Respirar já é para eles tarefa árdua e suficiente. E os dias passam, e eles passam, e nada fica registrado, nada que valha a pena lembrar.
Estão perdendo a viagem aqueles que, em vez de tratarem de viver, ficam patrulhando a existência alheia, decretando o que é certo e errado para os outros, não tolerando formas de vida que não sejam padronizadas, gastando suas bocas com fofocas e seus olhos, com voyeurismo, sem dedicar o mesmo empenho e tempo para si mesmos.
Estão perdendo a viagem aqueles preguiçosos que levam semanas até dar um telefonema, que levam meses até concluir a leitura de um livro, que levam anos até decidir procurar um amigo. Pessoas que acham tudo cansativo, que acreditam que tudo pode esperar, que todos lhe perdoarão a ausência e o descaso.
Estão perdendo a viagem aqueles que não sabem de onde vieram nem tentam descobrir. Que não sabem para onde ir e nem tentam encontrar um caminho. Aqueles para quem a televisão pode tranquilamente substituir as emoções.
Estão perdendo a viagem todos aqueles que se entregam de mão beijada às garras afiadas do tédio.

O preconceito linguístico na região de Carazinho.

Hoje divido o espaço com uma colega do curo. Aproveitem o texto: O preconceito linguístico na região de Carazinho. O relato apresentado po...