domingo, 6 de agosto de 2017

Até logo


Minha mãe sempre teve paixão por cabelos longos e arrumados. Sempre brinco que na infância eu parecia uma japinha de tanto que ela puxava meu cabelo. Até hoje brinco sobre isso dizendo que assim que eu tiver condições de gastos supérfluos irei colocar aplique nela para sentir a pressão de ter uma cabeleira. Pois bem, só aos 11 anos passei a tesoura pela primeira os cachos. Tudo escondido e com a ajuda da minha vó materna. Foi ela quem me deu o dinheiro e marcou o horário. Para minha disse que teria uma aula de educação física extra e chegaria mais tarde em casa. E assim o comprimento do meu cabelo passou do bumbum para a nuca (radical desde sempre)
Deve ser por estórias como essas e muitas outras que muito se escuta por aí: “os pais educam e os avós estragam”. Quer saber? Que bom que a minha vó me estragou. Pois foi com ela que aprendi o valor do suor do trabalho, foi com ela que aprendi a sempre dizer o quanto amamos as pessoas e gostamos de estar com elas, já que nunca sabemos o que reserva o amanhã. Foi com ela que conheci o mar pela primeira vez, foi com ela que aprendi a gostar de festas e a viajar. Foi com ela que aprendi a rir com os olhos e que a vida fica mais leve quando fazemos o que gostamos. Foi com ela que aprendi que não vale a pena se apegar a bens materiais, que as coisas estragam e as trocamos. Foi com ela que aprendi que uma roupa nova ou um presente ganho não deve ser guardado para uma ocasião especial, porque todo dia que acordamos vivos e dispostos é um dia especial.

Obrigada por ter sido tão especial pra mim. Por sido minha vó e minha mãe. Por termos morado um tempo juntas, por me deixado cuidar de você, por termos passado tantos dias felizes, por ter “acobertado” loucuras minhas de adolescente, por sempre me estender a mão, por ter me dado uma mãe e uma tia que são luzes do meu caminho.
Não tenho nem um pouco de pressa em eu ser mãe, mas quando for, que eu possa ser uma vó como foi pra mim.
Amo você, meu anjo.


Luana Iensen Gonçaves

O preconceito linguístico na região de Carazinho.

Hoje divido o espaço com uma colega do curo. Aproveitem o texto: O preconceito linguístico na região de Carazinho. O relato apresentado po...