quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

E agora, Ano Novo?

Para fechar o ano, parodiar Drummond:

E agora, Ano Novo?


A festa vai começar,
A luz se acendeu,
O povo chegou,
A noite esquentou,
E agora, Ano Novo?
E agora, Ano Novo?
Você que ainda não tem vida,
Que promete demais,
“você que faz versos,
que ama, protesta?”
E agora, Ano Novo?

Estão sem ninguém,
Não mudou o discurso,
Ainda sem carinho,
Olha lei seca,
Olha a lei anti-fumo,
Olha a educação, sem cusparada,
A noite esquentou,
O dia está nascendo,
O bonde lotou,
A gargalhada escancarou,
A utopia renasceu
E Tudo renovou
E Tudo voltou
E tudo reviveu,
E agora, Ano Novo?

E agora, Ano Novo?
Seu doce discurso,
Seu instante juvenil,
Sua obsessão,
Sua leitura,
Seu sapato Luiz XV,
Seu anel de strass,
Sua insanidade,
Sua paixão – e agora?

Com a inocência de criança,
Perdeu a chave,
Mas quer abrir a porta,
Escancarar a janela,
Pular de paraquedas do 25º andar,
Mas não há paraquedas,
Não há chave,
Ano Novo, e agora?

Se você cantasse,
se você gritasse,
se você dançasse
a moda da hora,
se você pulasse,
se você amasse,
se você nascesse…
Mas você demora pra nascer,
você é resistente, Ano Novo!

Abandonado no escuro
Feito criança,
Sem companhia,
Com medo do amanhecer,
Sem acompanhante
Que te estenda a mão,
Que te faça um cafuné,
Você renasce, Ano Novo!
Ano Novo, para quem?

Luana Iensen Gonçalves




quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Amor

“Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria

É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece

[...] É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria”
(Legião Urbana)

Este é um dia que geralmente as pessoas fazer muitos pedidos, desejam muitas coisas boas para os que estão a sua volta. O que ótimo para a alma, para o ego e faz os bons sentimentos serem perpetuados.
Mas, mais do que desejar, hoje também é um dia de agradecer! Tantas coisas boas acontecem, às vezes, pequenas, que passam despercebidas no corre-corre do dia a dia, mas que merecem nosso olhar!
Agradecermos por estarmos vivos, por termos saúde, por termos amigos, por termos conquistados novas aventuras no ano que passou; pode ter sido aquele emprego novo, a boa nota na prova, uma publicação, as aprovações. Obrigada por terem compartilhado 2014 comigo!!!
E o que eu desejo? Desejo para todos nós muito amor, como já cantava Legião, só o amor “conhece a verdade”!! Mais amor ao próximo, à vida, aos amigos, ao trabalho, ao momento!!


Luana Iensen


quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Dicas PSI

Amanhã começa o Vestibular da Universidade Federal de Santa Maria, processo seletivo e seriado! Abaixo, seguem dicas preciosas para as provas de português e literatura!

PSI Português
No momento da revisão final, atente para: interpretação de texto (questão certa na UFSM); estudo da fonologia com variação linguística, diferença entre o falar e o escrever (beijo – bejo); a mudança de classe gramatical / Morfologia; os usos dos pronomes adjetivos e substantivos e significação dos advérbios; e ainda os casos de concordância nominal que as palavras podem funcionar como advérbio ou nome (bastante, caro, longe).

PSI Literatura
Geralmente as questões partem das leituras obrigatórias e envolvem os demais conteúdos: versificação, rima, figuras e funções de linguagem, gêneros literários e interpretação. Além, de questões específicas do conteúdo dos livros. Atente para os autores não obrigatórios, como Gregório de Matos Guerra (Barroco) e Pe. José de Anchieta (Quinhentismo) o qual foi canonizado no início deste ano.

Atenção ao horário e local de prova. Leve caneta de tinta preta

Sucesso!

Prof. Luana Iensen


segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Revisão da Dissertação

Dissertação
Dissertar é ter uma opinião e defendê-la, ou seja, saber discutir temas, debater ideias e tecer argumentações. Dissertação é um texto que se caracteriza pela defesa de uma ideia, de um ponto de vista.

Estrutura externa
TÍTULO = breve, centralizado, expressivo. Evitar perguntas.
INTRODUÇÃO: apresenta o assunto/tema de forma clara, objetiva e eficiente; ela deve ser atraente e sedutora, despertando curiosidade.  Aponta uma afirmação (tese).
DESENVOLVIMENTO: parte em que se desenvolve e se prova/comprova o ponto de vista, o que foi prometido na introdução, de forma progressiva, clara e coesa.
* Estratégias argumentativas
Conforme o assunto, pode-se desenvolver o texto a partir de:
              Exemplos práticos;
              Explicações (pois, já que, visto que, porque), justificativas;
              Comparações de regiões, atividades, ideias, etc.,
              Dados estatísticos,
              Citações – testemunhos;
              Causa e consequência.


FECHAMENTO: deve-se apresentar o resultado das ideias expostas com a exploração de estratégias de fechamento, como, se for o caso, uma proposta de solução.

Estrutura interna
PARÁGRAFO = unidade de informação.
O parágrafo forma um todo e coerente. É um pequeno texto com início, meio e fim.
Todo parágrafo deve ter no mínimo DUAS frases.


Profª Luana Iensen

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Dica de Literatura

Figuras de linguagem I

METÁFORA
É uma comparação implícita, pois não usamos a conjunção comparativa.
Ex: Minha boca é um túmulo.  /   Essa rua é um verdadeiro deserto.

COMPARAÇÃO  
É uma comparação explícita, pois usamos as conjunções comparativas.
Ex: O carro dele é rápido como um avião.


METONÍMIA
É a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos que permite essa troca. Exemplos:
- O autor pela obra. Li Marta Medeiros dezenas de vezes. (a obra de Marta Medeiros)
- o continente pelo conteúdo.  O estádio aplaudiu o time. (estádio está substituindo os torcedores).

ANTÍTESE
É uma contradição. Explora o uso de antônimos.
Ex: Maior amor nem mais estranho existe
  Que o meu, que não sossega a coisa amada
 E quando a sente alegre, fica triste
 E se a vê descontente, dá risada. (...)
(Vinícius de Moraes, Soneto do amor maior)

EUFEMISMO
Consiste em suavizar palavras ou expressões que são desagradáveis.

Ex: Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu = morrer) 


profe. Luana Iensen

sábado, 25 de outubro de 2014

Dica - Interpretação

O que é linguagem? É o uso da língua como forma de expressão e comunicação entre as pessoas. Agora, a linguagem não é somente um conjunto de palavras faladas ou escritas, mas também de gestos e imagens.

A linguagem verbal é que se utiliza de palavras quando se fala ou quando se escreve.


Esperança - Mário Quintana
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso voo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

A linguagem não verbal  utiliza de outros meios comunicativos, como: placas, figuras, gestos, objetos, cores, ou seja, dos signos visuais.

Fonte: imagens google



A linguagem mista mistura palavras e imagens.

Fonte: imagens google


Dica de Interpretação

DENOTAÇÃO  X CONOTAÇÃO

Quando a palavra é utilizada com o seu sentido comum, o que aparece no dicionário, dizemos que foi empregada denotativamente.
Exemplo: TENHO UM GATO DE EXTIMAÇÃO

Quando, porém, é utilizada com um sentido diferente daquele que lhe é comum, dizemos que foi empregada conotativamente.
Exemplo: MEU NAMORADO É UM GATO.

Para um interpretação correta da palavra, é preciso cuidarmos o contexto em que ela foi usada.


Fonte: facebook/armandinho

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Não à padronização!

Somos humanos? Somos objetos? Saímos da fábrica ou da maternidade? Como afirma Drummond, “Meu nome novo é Coisa. Eu sou a Coisa, coisamente”. Empacotados pela mídia e pela indústria, fomos sufocados pela ditadura da beleza. Esse mal do século XXI afeta tanto homens como mulheres e reproduz diversos malefícios, como doenças psicológicas e físicas.
         Em busca desse padrão ditado, principalmente, pela mídia, muitas pessoas investem em cirurgias, academias e produtos estéticos para conquistaram a silhueta deseja. O problema é quando não conseguem, já que começam a aparecer os primeiros sintomas de depressão e tristeza, o que afeta fortemente sua psique. Prova disso é o que afirma Augusto Cury, em seu livro “Ditadura da Beleza”, que “98% das mulheres não se veem belas”. O que as faz sofrerem, se martirizarem e por isso ficarem depressivas.
            Além da decadência psicológica, outras pessoas penalizam seus corpos em busca de um corpo que nunca ficará perfeito diante do espelho. A corrida por cirurgias plásticas e exercícios físicos em excesso e escravizam milhões de mulheres, jovens e adolescentes todos os dias conforme Joana Vilhena, da PUC-Rio. O resultado? Transtornos alimentares como bulimia e anorexia. Segundo um estudo publicado no site hypescience, os pesquisadores calculam: 5,1 mortes a cada mil pessoas com anorexia por ano e 1,7 mortes a cada mil pessoas com bulimia por ano. Um dado assustador.
            Vivemos uma ditadura da busca pela perfeição. Mas quem dita isso mesmo? O que é mesmo perfeito? É necessário reorganizarmos a educação e a midiatização de campanhas pró à diversidade e saúde, bem-estar, como característica de beleza. “Não deixe que a ditadura da beleza lhe consuma. O que vai lhe diferenciar nessa sociedade superficial é seu Caráter”, Francielle Mianes. Vamos começar essa mudança de valores?



Luana Iensen Gonçalves

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Carta aberta aos cidadãos votantes

A cada quatro anos, vemos, ouvimos e consumimos promessas e mudanças. Algumas se renovam, outras são mais velhas que o país. E você já escolheu seu candidato? É preciso cautela para não passar quatro anos chorando sobre o leite derramado. Diante desse contexto eleitoral, eu, como cidadã preocupada com o nosso futuro, escrevo a vocês, cidadãos votantes, para alertá-los sobre a importância de pesquisar sobre os candidatos os quais votarão no próximo final de semana.
Não temos desculpas. A partir de um computador, tablet ou celular com acesso à internet podemos descobrir informações fundamentais para escolher melhor um candidato, não verdade, leitor? Nessa busca, podemos conferir a trajetória política e profissional do candidato, seu histórico e suas propostas. Esse exercício de cidadania é fundamental para termos um voto consciente, e mais do que isso, ao longo dos próximos quatro anos precisamos acompanhar o evoluir dessa trajetória. Nós, cidadãos votantes, precisamos acompanhar o trabalho do político para não permanecermos inertes no senso comum de “escolher o candidato menos pior”.
A partir desse exercício de conhecer os passos e deveres dos candidatos e depois eleitos, estaremos, caro leitor, contribuindo para a diminuição da corrupção, uma vez que o trabalho (ou não) do político deverá ser lembrado por nós no novo ciclo eleitoral. Isso evidencia a necessidade de compreendermos um pouco sobre política e cidadania e não mais votarmos em “qualquer um”. Carlos Roberto Sabbi já nos mostrava que “não existe sucesso ou felicidade sem o exercício pleno da cidadania e da ética global”.
Ao compreendermos que exercer a cidadania não é apenas eleger, mas principalmente pesquisarmos, cobrarmos e protestarmos sobre o que os políticos nos impõem, seremos cidadãos votantes conscientes, leitores. Espero que essas inciativas perdurem nos próximos quatro anos e que na eleição seguinte tenhamos mais eleitores pesquisadores e uma política mais cidadã.


Luana Iensen Gonçalves

domingo, 21 de setembro de 2014

Tradição é respeitar!


“Eu sou do Sul, é só olhar pra ver que...” - eu sou preta, branca, gorda, homossexual, heterossexual, idosa, jovem, “eu sou do Sul”. Um Centro de Tradições Gaúchas (CTG), acima de tudo, é um lugar social, ou seja, um espaço de utilidade pública para a população utilizar. Sem restrições, todas as famílias deveriam ser bem-vindas para dançar, conversar, produzir eventos. O pedido de casamento a ser realizado em um CTG pela juíza foi uma decisão sensata. O incêndio esse espaço foi uma violação.
            Mesmo os CTG filiados ao Movimento Tradicionalista, utilizam suas sedes para outros eventos. Os sócios (e não sócios, já que esse espaço físico pode ser alugado) realizam atividades diversas: festas de formatura, aniversários e, sim, casamentos. Acredito que o senhor Paulo Brandt esteja desatualizado, ou como comentado pela Luciana Carvalho, com círculo de amizades reduzido no meio tradicionalista. Seria interessante atualizar suas redes sociais e verificar que um CTG tem vida própria durante o ano, não funciona apenas na Semana Farroupilha. Dancei anos, fui prenda, e nunca tive problemas ao conviver com homossexuais nesse ambiente. São pessoas como qualquer outra. Aliás, em qualquer ambiente. Sinto muito, senhor Brandt, mas, sim, um casal caracterizado de gaúcho é bem recebido em outro “grupo” cultural, a mulata do carnaval pode dançar um vaneirão, e um casal “hétero” pode aproveitar a noitada numa boate GLS.
            Parece-me que muitas pessoas têm aproveitado tais casos, da torcedora gremista, do incêndio no CTG, como tantos outros, para incitar a violência - mesmo podendo promover a paz. Essas manifestações, verbais ou físicas, têm violado a cidadania. Todas as culturas, todos os credos, toas as opções sexuais precisam ser respeitadas para que se constituem verdadeiramente como tradições e sejam perpetuadas. Conforme definição do dicionário Aurélio, tradição é conhecimento ou prática resultante de tradição oral. Hoje, mais do que oral, os meios de comunicação, em seus diversos suportes, dão-nos esse espaço de transmissão de expressão, tradição e busca pela igualdade de respeito.
Cada grupo cultural perpassa suas características. O Centro de Tradições Gaúchas cultua a história de nossos antepassados para que não percamos nossa origem. Isso vale para todos conhecerem e perpetuarem ou não. Essa escolha é individual. Já a sede social de um CTG é um espaço público para ser usufruído e aproveitar esses momentos para ressaltar a ideia de Igualdade, Fraternidade e Humanidade 365 dias no ano. Isso sim é Tradição. E mais, para que se mantenham os curiosos dessa tradição, é preciso aprender a dialogar com as outras culturas – até mesmo nas redes sociais – para que as futuras gerações continuem a alimentar esse desejo de respeito. Eu sou do Sul. E você?

Luana Iensen Gonçalves
Professora de Língua Portuguesa

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

#curteaí!!!


O que as pessoas almoçam é fotografado, o que elas vestem é fotografado, seus bichos são fotografados. A rápida evolução das tecnologias formou uma geração selfie e hashtag que posta um verdadeiro diário em suas timelines sem se preocupar com os sentimentos do outro. Essa evolução formou uma geração de banalizadores da vida real. Foi inevitável e infelizmente é um atrasado emocional e intelectual para a sociedade atual e futuras gerações essa banalização nas redes sociais.
            Os eventos cotidianos e as emoções são banalizados constantemente na internet. Ao acessar qualquer rede social, visualizamos injúrias, fotos de acidentes, espancamentos, vídeos de execuções. Mostrar o pior do ser humano e o desrespeito ao próximo está naturalizado na rede, parece que as pessoas sentem-se inatingíveis por fazerem isso “protegidos” por aparelhos tecnológicos. Exemplo recente que comprova essa desmoralização emocional, foi durante o velório do candidato à presidência, Eduardo Campos. Mesmo num momento de dor e tristeza da família, muitas pessoas aproveitaram para tirar uma selfie no velório e compartilhar nas redes sociais. Tal atitude gerou revolta nos comentários, o que evidencia que ainda podemos amenizar esse quadro.
            Outro lado obscuro dessa banalização é o empobrecimento intelectual das novas gerações. A maioria dos adolescentes não leem totalmente o texto ou informação que compartilham, curtem ou comentam nas redes sociais. Ainda, em compartilhamentos de páginas de humor ou em publicações em suas timelines, muitas pessoas denominam textos a autores famosos, mas que não pertencem a eles. Divulgando assim informações incoerentes e propagando um clico vicioso de compartilhamentos. Marina Castro, da Agência J.Press de Reportagens, confirma que Verissimo, Clarice Lispector, Caio Fernando Abreu, Arnaldo Jabor e Mario Quintana são constantemente citados como autores de frases e versos que não são seus. 
            As evoluções tecnológicas serão cada vez mais presentes em nossa sociedade. As crianças já crescem brincando em tablets. Não se pode e nem devemos fugir desse problema de conexões banalizadores. Diante desse desafio, precisamos amenizar a situação, portanto, com o compartilhamento de uma nova visão de aproveitamento da tecnologia. Nas escolas, os alunos devem ser motivados a usarem as redes sociais e conscientizados a partir de oficinas sobre o perigo do mau uso delas. Aos adultos, cabe uma reeducação pessoal sobre cidadania e respeito ao próximo, seja no mundo real ou virtual.

Luana Iensen Gonçalves

Publicado no jornal Diário de Santa Maria, 03 de setembro de 2014.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Rapidez garante informação com credibilidade?

Luana Iensen Gonçalves
O quê? Quem? Como? Onde? Quando? Por quê? Responder de forma clara e concisa essas perguntas pelo jornalista consiste no lide, ou seja, a parte básica notícia. Mas, com a ampliação do acesso à internet, a informação tem sido noticiada cada vez mais rapidamente pelos meios de comunicação. A questão é que tanta agilidade na publicação nem sempre garante qualidade e credibilidade da notícia que chegam a nós, os leitores.
A apuração é a “alma do negócio” jornalístico. O jornalista com formação acadêmica apreende, testa e prática diferente técnicas de escrita, como também de apuração para, assim, informar com clareza. Apurar, por exemplo, com legibilidade para conquistar o leitor e ainda cumprir a função social que o jornalismo exerce: mostrar a verdade. Entretanto, inúmeras vezes acontece o contrário: ele não tem tempo para apurar de modo eficiente e ouvir diferentes fontes (informantes presentes no acontecimento) para, então,  redigir e publicar uma notícia.
Eis o problema de nossa era tecnológica: o tempo. A concorrência entre os meios de comunicação para divulgar primeiro aquele “furo” (notícia em primeira mão) faz com alguns jornalistas cometam alguns equívocos. Ao presenciar um fato ou receber uma informação, muitas vezes, o jornalista se precipita ao publicar on-line seu texto, querendo ser o primeiro, e acaba por não fazer uma apuração completa. Casos práticos ocorrem diariamente em “sites” noticiosos, como a recente notícia de que um nigeriano teria morrido em Maranhão com o vírus ebola. Dias depois, o Mistério da Saúde divulgou uma nota para esclarecer que não há casos suspeitos ou confirmados de ebola no Brasil - como uma resposta ao boato que circulou em ambientes virtuais.
Sendo assim, para se ter respostas coerentes e legítimas para as perguntas as quais compõem o lide, é preciso tempo. Mesmo com pressão do tempo e das tecnologias, o trabalho de um bom jornalista precisa de organização, de um texto claro, com uma gramática correta, e uma informação apurada. Convém que as universidades continuem a investir em uma formação de qualidade nos cursos de Comunicação Social e que as empresas de comunicação valorizem esse trabalho de preferir a credibilidade à rapidez.


domingo, 31 de agosto de 2014

Amantes

Da noite calada
Ao som do furacão.
Quando seus olhares se cruzaram,
Uma chama acendeu.
Apenas nesse cruzamento
Eram capazes de amarem-se
Sem sequer se tocarem.
Era uma efervescência,
Um vulcão em irrupção,
O encontro de seus corpos.
Impossível a noite continuar calada.
Não poderiam ser amores,
Era carnal o envolvimento,
Não emocional.
Em quatro paredes,

Enfim, escravos amantes.

Luana Iensen Gonçalves

Às avessas


Sabe aquele dia que você não deveria ter saído da cama? Pois é, mesmo vivendo nessa sociedade conectada aos 220 volts, esses dias ainda existem. Eles são uma pedra no meio do nosso caminho. O que fazer com ela? Depende do bom (ou mau) humor de cada um.
Sexta-feira é o dia internacional da felicidade, dos drinks, da explosão de hashtags nas redes sociais. Chega-se ao trabalho já pensando no que se poderá fazer à noite: sair com os amigos, namorar, dar muitas risadas ou simplesmente ficar com a perna enfaixada para o alto relaxando depois de um tombo desses dias pedra.
Engraçado, pois foram pequenas britas que fizeram eu me espatifar no chão. Mas os machucados também foram proporcionalmente pequenos (que bom!). Empurradas para o canto, o caminho continuo, o dia é longo para chegar a tão esperada noitada.
São dias pedra assim que servem também para analisarmos certas situações cotidianas, lugares e até mesmo pessoas por outros ângulos. São detalhes que às vezes passam despercebidos, mas quando encontramos essas pedrinhas pelo caminho fazem com que coloquemos prioridades no nosso caminho que pensemos um pouco mais no nosso bem-estar. Para seguir o caminho, não basta uma mão para nos levantar, queremos levantar é muito mais primordial.
Às vezes, acontecimentos às avessas do que planejamos ou desejamos mostram-se muitos mais úteis e simpáticos do que o seu lado certinho.

Luana Iensen Gonçalves


           


Carta aberta aos vestibulandos


Caros estudantes aspirantes a uma vaga no ensino superior, venho por meio desta carta instigá-los a terem cuidado a escolherem o curso pretendido. Nessa fase estudantil, muitos fatores influenciam suas escolhas e dúvidas lhes cercam: pensar em uma melhor remuneração ou seguir a vocação? Eu lhes garanto: não há dinheiro que sustente a qualidade de um bom profissional.
Uma das garantias de se ter uma vida pessoal confortável e uma profissional equilibrada é o estudante conhecer a si mesmo e optar por sua vocação. Esse conhecimento parte da vontade do adolescente de vislumbrar suas características como pessoa, analisar os seus gostos, preferências e até hobbies para, assim, começar a identificar qual área e curso conseguirá estudar com entusiasmo e trabalhar com boa vontade. Ainda, é interessante que seja estimulado pela família e escola a visitar feiras e mostras de profissão, conhecer universidades, conversar com profissionais atuantes e até mesmo fazer um teste vocacional, já que “a confiança em si próprio é o primeiro requisito para o êxito”, segundo R. W. Emerson.
A partir desse autoconhecimento, o jovem ficará seguro para seguir sua vocação e sofrerá menos com as pressões familiares e financeiras que existem nos dias de hoje. Reforço que aquele que trabalha com entusiasmo, com o que gosta, que se atualiza e continua a estudar para se especializar constrói uma carreira sólida em qualquer profissão. Desde o ator ao engenheiro, do advogado ao escritor, do médico ao professor, só quem sente prazer em sua escolha trabalha com perfeição e colhe os frutos do sucesso. Posso lhes afirmar que como professora, por ter seguido a licenciatura, já ouvi muitas piadas e brincadeiras de mau gosto, mas por amar o que faço, por me sentir renovada a cada sorriso de um aluno que conquista o seu objetivo, tenho cada vez mais paixão por exercer essa profissão que teve a sorte de me escolher. Sintam-se assim: escolhidos pela vocação.
Certa da leitura atenta de vocês, vestibulandos, desejo que possam avaliar com carinho essa escolha que os acompanhará por toda vida ou boa parte dela. Mesmo que estejam certos de sua escolha e mesmo que algum imprevisto aconteça, não tenham medo de se aventurar em novas possibilidades. A opção pela vocação, pelo gosto, pelo prazer em fazer algo, os tornará grandiosos e fará com que vocês alcancem seus objetivos pessoais e profissionais. No desejo de escolhas conscientes, fico no aguardo de mais sorrisos ao longo da minha jornada.

Luana Iensen Gonçalves

Publicado no jornal Diário de Santa Maria, 12 de agosto de 2014.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Contação de histórias

Agosto é o mês da cultura e Santa Maria tem uma vasta programação.
Hoje, na biblioteca pública aconteceu a contação de histórias para os alunos do 1º ano do ensino fundamental da Escola Marieta de Ambrósio. A sessão ficou a cargo do grupo de contadores de história do Colégio Antônio Alves Ramos. As alunas contadoras que participaram foram Diennifer Andrade, Bárbara Cordeiro, Luana Medeiros e Jennifer Ilha com a orientação da professora Luana Iensen. A surpresa de hoje é que um personagem das histórias foi real: a coelha Kiki, para a alegria das crianças.
Confira a programação completa das atividades em:






quinta-feira, 15 de maio de 2014

Novidades na prova de Redação da UFSM

Novidades na prova de redação da UFSM: a partir deste ano serão cobrados gêneros textuais de nossas atividades comunicativas. Para este ano, poderá ser o artigo de opinião ou a carta aberta.

Antes do susto, vale a pena lembrar:
Gênero textual X Tipo Textual
Ao utilizarmos a linguagem para comunicação, empregamos novos gêneros textuais orais ou escritos ou gêneros que já existiam anteriormente. Porém, a maioria das pessoas não tem consciência que utilizam determinadas espécies de textos com particularidades e objetivos próprios. Os gêneros, segundo Marcuschi (2008), contribuem pata estabilizar e ordenar as atividades comunicativas do dia a dia.
Por isso, a importância de distinguirmos tipo textual e gênero textual:
Tipo textual: designa uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). Os mais conhecidos são: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção.
Gênero textual: é uma noção para referir aos textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriamente funcionais, estilo e composição característica. Alguns exemplos de gêneros textuais: telefonema, sermão, carta comercial, carta aberta, carta pessoal, romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, email, (....) e assim por diante.

Atente para as diferenças:

Carta aberta: é um dos gêneros textuais que tem como principal característica a argumentação com base em assuntos de interesse coletivo. Dessa forma, utiliza como tipologia textual a dissertação, já que tem um caráter argumentativo, com a característica de possibilitar que o emissor  exponha em público suas opiniões ou reivindicações acerca de um determinado assunto.  Assim, a carta aberta pode ser utilizada como forma de protesto contra esse problema, como alerta, e até mesmo como meio de conscientização da população ou de alguém com certa influência.
Quanto aos aspectos estruturais, o gênero em pauta compõe-se dos seguintes elementos:
* Título – no qual se evidencia o destinatário;
* Introdução – parte em que se situa o problema a ser resolvido;
* Desenvolvimento – Diz respeito à análise do problema, no qual há a apresentação dos argumentos, fundamentando, portanto, o ponto de vista do (s) emissor (es). 
* Conclusão – elemento em que geralmente se solicita uma resolução para o assunto em pauta.


Exemplo de carta aberta:
CARTA ABERTA DE ARTISTAS BRASILEIROS SOBRE A DEVASTAÇÃO DA AMAZÔNIA
Acabamos de comemorar o menor desmatamento da Floresta Amazônica dos últimos três anos: 17 mil quilômetros quadrados. É quase a metade da Holanda. Da área total já desmatamos 16%, o equivalente a duas vezes a Alemanha e três estados de São Paulo. Não há motivo para comemorações. A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas presta serviços ambientais importantíssimos ao Brasil e ao Planeta. Essa vastidão verde que se estende por mais de cinco milhões de quilômetros quadrados é um lençol térmico engendrado pela natureza para que os raios solares não atinjam o solo, propiciando a vida da mais exuberante floresta da terra e auxiliando na regulação da temperatura do Planeta.
Depois de tombada na sua pujança, estuprada por madeireiros sem escrúpulos, ateiam fogo às suas vestes de esmeralda abrindo passagem aos forasteiros que a humilham ao semear capim e soja nas cinzas de castanheiras centenárias. Apesar do extraordinário esforço de implantarmos unidades de conservação como alternativas de desenvolvimento sustentável, a devastação continua. Mesmo depois do sangue de Chico Mendes ter selado o pacto de harmonia homem/natureza, entre seringueiros e indígenas, mesmo depois da aliança dos povos da floresta “pelo direito de manter nossas florestas em pé, porque delas dependemos para viver”, mesmo depois de inúmeras sagas cheias de heroísmo, morte e paixão pela Amazônia, a devastação continua.
Como no passado, enxergamos a Floresta como um obstáculo ao progresso, como área a ser vencida e conquistada. Um imenso estoque de terras a se tornarem pastos pouco produtivos, campos de soja e espécies vegetais para combustíveis alternativos ou então uma fonte inesgotável de madeira, peixe, ouro, minerais e energia elétrica. Continuamos um povo irresponsável. O desmatamento e o incêndio são o símbolo da nossa incapacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema amazônico e como tratá-lo.
Um país que tem 165.000 km2 de área desflorestada, abandonada ou semiabandonada, pode dobrar a sua produção de grãos sem a necessidade de derrubar uma única árvore. É urgente que nos tornemos responsáveis pelo gerenciamento do que resta dos nossos valiosos recursos naturais.
Portanto, a nosso ver, como único procedimento cabível para desacelerar os efeitos quase irreversíveis da devastação, segundo o que determina o § 4º, do Artigo 225 da Constituição Federal, onde se lê:
"A Floresta Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais".
Assim, deve-se implementar em níveis Federal, Estadual e Municipal A INTERRUPÇÃO IMEDIATA DO DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA. JÁ!
É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura e história.
SOMOS UM POVO DA FLORESTA!

Exemplo de como pode ser cobrado em vestibulares: 


 Artigo de opinião: é um gênero textual que também se utiliza da tipologia argumentativa, uma vez que o emissor expõe sua opinião sobre determinado assunto. Nesse caso, o autor em geral tem a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões.
Sua estrutura é próxima da redação dissertativa, que antes era cobrada pela UFSM e continua valendo para a prova de redação do ENEM:
* título;
* contextualização ou apresentação da questão discutida;
* tomada de posição quanto à questão; argumentação que sustenta a posição assumida;
* conclusão com reforço do posicionamento defendido.

Exemplo de artigo de opinião:
Livro de autoajuda
Em tempos pretéritos, quando a forma que constituía nossa sociedade era ordenada por estamentos, e muitas vezes sem mobilidade social, a população sabia bem quais eram seus afazeres e tarefas a cumprir. Com o advento da globalização, esse senso crítico foi perdido, e os indivíduos começaram a se sentir pequenos coadjuvantes no grande palco da vida. Com isso, os livros de autoajuda vêm com o intuito de servir como uma ponte entre a vontade de melhorar seus pensamentos e atitudes de derrota perante a vida até o entendimento do problema. Mesmo assim, são paliativos e amenizadores das aflições de cunho sentimental-psicológicos.
A quantidade de informações que chega diariamente pelas mídias vem aumentando a cada dia, em outro viés, aumentam também os sintomas de ansiedade e preocupações decorrentes do estilo frenético e pouco saudável o qual as pessoas estão se sujeitando. Nesse tocante, muitos escritores se utilizam desse descontrole e publicam obras milagrosas de sucesso imediato. No entanto, esse tipo de literatura não tem valor profundo para mudanças internas. Os verdadeiros livros de autoajuda são obras que utilizam a arte da dúvida da filosofia e a crítica da psicologia como alicerces. Essas servem como pontes entre a vontade de mudança até o entendimento do problema, que é muito subjetivo e próprio de cada ser humano, o qual é único e mutável.
Além disso, os livros de autoajuda funcionam como métodos paliativos e servem para minimizar as aflições psicológicas dos indivíduos. Entretanto, não substitui o tratamento orientado pelos especialistas. Exemplo disso são os livros do eminente psiquiatra e psicoterapeuta no Brasil atualmente Augusto Cury. Seus livros têm o poder real de mudança, pois não prometem milagres. Eles estão baseados nos princípios da dúvida e da crítica, fundamentais sempre para darem luzes racionais aos problemas da mente humana.
Portanto, o objetivo dos livros de autoajuda é servir como objeto de esclarecimento e auxílio, mesmo que modesto, aos indivíduos que buscam sair da plateia para atuarem nessa grande peça, que envolve drama, comédia, romance e aventura, a qual é a vida. Navegar em águas calmas é ótimo, e todos desejam sucesso e conquistas para desfrutarem dessa viajem. Mas, antes, é necessário percorrer caminhos inóspitos, enfrentar vendavais, e só assim, depois da chuva intensa, podem ter a chance de ver os raios do arco-íris no fim do horizonte.
Estudante de Psicologia. Leonardo Lima de Senna.

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profª Luana Iensen


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