terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Avassaladora

Ninguém sabe quando ela vai chegar, se por um dia, uma temporada ou a vida toda. É sempre assim: vai entrando, se aconchegando e nem se preocupa em dar tchau quando muda de lar. Aliás, preocupação não é negócio dela, quando ela invade nosso coração, o que menos fazemos é nos preocuparmos. A vida fica mais leve.
Com diferentes funções, ela se instala em nós quando conhecemos alguém especial; quando somos aprovados naquele concurso; quando ouvimos aquele sim no emprego sonhado; quando fazemos alguma coisa pela primeira vez; quando somos lavados pela água da chuva; quando sorrimos livremente; quando trocamos um carinho sincero.
Ela é assim, simples, invisível, mas essencial.
Ela é um tsunami de emoções; um terremoto que balança as pernas; um calorão; um frio na espinha. Ela nos faz agir como bobos e mesmo assim sermos incompreendidos. E quando chega, chega com tudo! Acaba com a tristeza, intensifica as alegrias, balança o amor.
Em qualquer idade, em qualquer lugar, em qualquer situação, ela é assim, avassaladora. Ahhh, a paixão.... Ela proporciona prazer, satisfação, felicidade em doar sem a preocupação em receber. Ela é viciante!
Amar sem paixão, trabalhar sem paixão, estudar sem paixão, sorrir sem paixão, ajudar sem paixão; assim, sem paixão, as pessoas até sobrevivem, mas não vivem.

Luana Iensen

domingo, 10 de novembro de 2013

Num paraíso chamado Feira do Livro

            Umas das idealizações de paraíso de nós, pobres mortais, é a imagem de um campo verde, um vento refrescante, um céu límpido e o sossego por completo em uma vida após a morte. Mas, existem muitos tipos de paraísos. Essa semana, eu tive a oportunidade de visitar (e viva) dois paraísos. Um natural, mas um pouco diferente da imagem inicial desse parágrafo; outro, barulhento, movimento, cheiroso, contagiante!!!! É a feira do livro de Porto Alegre.
            O que para alguns pode parecer loucura de professora ou obsessão por procura de algo diferente, é simplesmente prazer para mim: andar por aqueles corredores de bancas de livreiros, buscando por algo que mexa com meus sentidos!!
            Comprar um livro é muito mais que procurar um autor ou um título best seller. Na verdade, não é uma compra em si, é o livro que me escolhe! Sim, ele que me conquista. Primeiro, temos um contato visual. Suas cores, formas e tamanhos fazem eu lhe manusear. Depois, o cheiro. Ahhhhh, cheirar um livro novo não tem preço (mesmo aquele “novo” das caixinhas de promoção). Pode parece loucura, mas eles exalam um aroma poderoso, capaz de querermos devorá-los!
       Ainda, o livro nos encanta por suas melodias. Acreditem, eles cantam Uns, verdadeiramente, enlouquecem as crianças. São livros musicais, luminosos, coloridos. Sem contar nas contações de histórias. Outros cantam suas melodias através dos poemas e deleitam os ouvidos adultos, infantis, loucos, poetas.
           Bem, esse é um dos meus paraísos!!! Nesse, posso estar com quem (personagem) eu quiser, no lugar que imaginar, fazer todas as coisas boas possíveis e viver como uma aventureira em Pasárgada!!!


Luana Iensen

domingo, 27 de outubro de 2013

Vizinho Perturbador

Depois de uma semana intensa, de trabalhar o dia inteiro no sábado, o que esperar pela noite? Um bom filme no cinema, um jantar a dois, enfim, uma noite tranquila de sono. Só se esqueceram de avisar meu vizinho que existe uma lei “do silêncio” depois das 22 horas.
Afinal, quem garante que temos os mesmos gostos musicais? Quem disse que eu estava com vontade de escutar música? Se eu quisesse ir à festa ou danceteria, não estaria tentando dormir. É uma hora, só o que consigo é me revirar na cama. Como relaxar ao som de “piradinha” a todo vapor? Chego a ligar para a brigada, mas no outro da linha vem o aviso: casos de perturbação pública estão em quarto lugar de preferência, ou seja, ligação perdida...
Algumas amigas minhas têm vizinhos perturbadores porque são uns deuses gregos, um verdadeiro colírio aos olhos felinos femininos e masculinos. Outros porque são uma exceção nesse mundo maluco: cavalheiros! Carregam as sacolas delas pelas escadarias de seus prédios.
Ahh... não se fazem vizinhos como antigamente. O meu, infelizmente, perturba meu sono e de mais umas cinco casas na rua. São sonhos perdidos, descanso sacudido, corpo estraçalhado sem ao menos ter tido a honra de uma marcha.

Luana Iensen Gonçalves


O caminho do infra-ordinário – a Biblioteca Pública


No presente trabalho, era necessário escolher um objeto de estudo presente no meu caminho ordinário que não tivesse percebido ou não prestasse atenção. Bem, o meu objeto escolhido foi a Biblioteca Pública Municipal Henrique Bastide. É evidente que eu conhecia o lugar pesquisado, mas minha motivação em selecioná-lo foi por que muitas pessoas esperam o ônibus na parada da biblioteca e não têm ideia do que fosse aquele prédio.

Frente da Biblioteca Pública Municipal de SM


Histórico e informações da Biblioteca:
A Biblioteca Pública Municipal Henrique Bastide foi criada em 1938. Atendeu primeiramente na Rua do Acampamento, no prédio que pertencia a Sociedade Italiana. Meses depois, passou a funcionar no prédio do atual Theatro Treze de Maio, apenas em 1992 foi para a edificação que fica na Av. Presidente Vargas. A Biblioteca passou a se chamar Henrique Bastide pela Lei Municipal nº 511, a partir de 24 de setembro de 1956, em homenagem a seu idealizador e primeiro diretor.
O principal objetivo da Biblioteca desde sua criação é incentivar a leitura e oportunizar o crescimento cultural à população. Para isso, está à disposição da comunidade e oferece a pesquisa local, onde o leitor retira no balcão o livro solicitado e o ocupa no espaço da Biblioteca, também a possibilidade de ser um associado, podendo retirar o livro e levá-lo para casa.
Hoje, a Biblioteca atende leitores de todas as faixas etárias com um acervo que abriga livros infantis e adultos, oferecendo uma leitura formativa e de lazer. A quem prefira um roteiro informativo, também está à disposição periódicos como, Zero Hora, Diário de Santa Maria e A Razão e revistas, como Veja, Semana, Saúde, Super Interessante e Mundo Estranho. Segundo Rosângela Rechia dos Santos, são retirados de 40 a 50 livros por dia pelo empréstimo. Sendo as pessoas que retiram esses livros o maior público da Biblioteca; depois os grupos de estudos nas salas; os leitores de periódicos e as pessoas que acessam a lan house disponível gratuitamente na entrada da instituição.
Apesar de ter muitas escolas aos arredores da Biblioteca, Rosângela afirma que as escolas fazem visitas com os alunos do ensino fundamental para a contação de histórias. Alunos do ensino médio apenas retiram as leituras obrigatórias do vestibular, não há procura por atividades específicas. Por não ter uma equipe de trabalho, ela conta que as atividades culturais não estão sempre disponíveis, só acontecem com agendo prévio das escolas.
Atividades Culturais desenvolvidas pela Biblioteca: Lançamento de Livros; Hora do Conto; Projeto Baú do Livro; Baú infantil, Baú do Vestibular, Baú dos 150 anos do Município (O Baú visita escolas e permanece por 15 dias (com agendamento prévio)); Dia do Livro Infantil; Dia Internacional do Livro; Feira do Livro Usado; Dia do escritor; Concurso Literário Felippe D'Oliveira; Palestras e Saraus Literários; Visita de Escolas na Biblioteca.
Além de ser um local de leitura e pesquisa, o espaço disponibiliza salas temáticas como, a Sala Verde, com acervo sobre meio ambiente, a Sala do Escritor Santa-Mariense, onde se pode encontrar livros de escritores locais, Sala da Literatura Infantil e Sala da Academia Santa-Mariense de Letras. Ainda, Rosangela explica que a Oficina de Inclusão Digital para a terceira idade é a atividade que sempre está em funcionamento. Essa conta com a parceria do Bradesco e um estagiário (pelo CIEE) para ensinar computação para os idosos.
Em outubro deste ano, 2013, a Biblioteca completa 75 anos. Uma semana especial com atividades culturais foi preparada: * exposição de livros antigos em parceria com o Rotary Club que completou 80 anos; * a Casa do Poeta promoveu o Livro na Mão; * o Literatura em Cena, teatro das obras do vestibular pelo Fóton Vestibular; * um debate com ex-patronos da Feira do Livro de Santa Maria; * contação de histórias com o grupo Vô Venâncio.

Entrevistas:
Entrevista A
As cinco pessoas entrevistadas abaixo estavam na parada de ônibus na Avenida Presidente Vargas próximo da Biblioteca ou nos bancos em frente à Biblioteca.

Nome
Idade
Ocupação
Descrição do Objeto
Marcelo Costa
14
estudante
Ele achava ser a Biblioteca, depois de eu confirmar a informação ele explicou que nunca a visitou. Só sabia por que o irmão o avisou que precisa descer na para da Biblioteca.
Gabriel Marconato de Campos
14
estudante
Ele achava ser a Biblioteca, depois de eu confirmar a informação ele explicou que nunca a visitou.
Isadora Bello
14
estudante
Não tinha ideia do era o prédio. Ficou surpresa quando revelei ser a Biblioteca
Kelli Prado
14
estudante
A única que respondeu direto que sabia ser a biblioteca. Porém nunca a visitou. Tinha certeza porque uma vez perdeu o ônibus (de noite) e foi ao redor ler as placas.
Laura Houch
13
estudante
Respondeu que não sabia.

            A maioria dos estudantes fizeram uma expressão de espanto quando contei que o prédio era a Biblioteca e que este ano completará 75 anos.

Entrevista B
Para as próximas cinco pessoas eu mostrei a fotografia do objeto,, após duas respostas entrevistas abaixo estavam na parada de ônibus na Avenida Presidente Vargas próximo da Biblioteca ou nos bancos em frente à Biblioteca.
Nome
Idade
Ocupação
Descrição do Objeto
Natiele Moreira
29
doméstica
Respondeu minha pergunta com uma pergunta: é aquele prédio onde se retira livros? Após eu dizer que sim, que se chamava Biblioteca e que fará 75 anos, ela espantou-se.
Lázaro Cardozo Pereira
23
Advogado
Tinha certeza que era a biblioteca. Inclusive é sócio.
Douglas Ribeiro Machado
15
Estudante
Não conhece. Ficou surpreso. Disse ainda que pouco passa por ali, pois mora no itararé.
Ana Rosa Toniasso
56
Doméstica
Não sabia. Ficou surpresa e disse que nunca visitou o local
Lidiane Ramos
17
Estudante
Conhecia o local da foto, mas nãos sabia que era a biblioteca, ficou muito espantada, pois ela acreditava que só tinha biblioteca pública em Porto Alegre.

            A maioria das pessoas ficava espantada quando eu informava que era a Biblioteca e que este ano completará 75 anos. Não acreditam que outras pessoas e elas mesmas não conheciam um prédio tão importante para a cidade. Mesmo as que sabiam o nome do prédio, afirmaram que nunca entraram na biblioteca.

Impressões finais
Num primeiro momento, quando as pessoas num local próximo da biblioteca respondiam que não sabiam o que era aquele prédio, fiquei surpresa, pois quem estava na parada de ônibus, pegava sua condução ali pelo menos três vezes por semana. Isso significa que as pessoas realmente não prestam atenção pelos lugares que passam - isso que a biblioteca é um prédio grande, e na sua quadra, há outros momentos históricos.
Porém, depois, lembrei que eu mesma fui estudante da Escola Cilon Rosa, praticamente ao lado da biblioteca, e nunca um professor meu levou a turma ali. EU conheci a biblioteca por curiosidade própria e para fazer pesquisas escolares, mas sem incentivo específico da escola.
Fazer esse trabalho, fez-me prestar mais atenção em todos os caminhos que passo, não apenas em prédios grandes, mas também em detalhes pequenos, principalmente os naturais. Dias desses, fazendo minha caminhada na faixa nova, fiquei abismada ao ver uma mulher parar o carro apenas para arrancar as rosas que tinham próximo à beira da faixa. As pessoas preocupam-se tanto com a correria da vida atual que desaprenderam a admirar as coisas e respeitas o habitat delas.

Referências:
Secretária Municipal de cultura. Disponível em: . Acesso em 05 set. 2013.
Entrevista cedida pela Rosângela na Biblioteca em 19 de setembro de 2013.

Trabalho para a disciplina de Estética e Comunicação


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

2ª semestre de 2013 – preparação para os vestibulares ou para a vida?


Santa Maria é um polo universitário. A cada ano, jovens estudantes do ensino médio daqui, da região e de todo o Brasil prestam o vestibular nas universidades privadas, no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e principalmente na UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), por ser pública. A preocupação no período de voltas às aulas é: esses alunos são apenas preparados para o vestibular ou recebem conhecimento para a vida?
Nossa cidade conta com um grande número de escolas, sejam privadas ou públicos, além de inúmeros cursos preparatórios para vestibulares. Os alunos se preocupam se o conteúdo específico do vestibular será trabalho. Sim, esse conteúdo está engajado com o roteiro das escolas. No entanto, a principal preocupação deve ser como usar esse conteúdo no dia a dia. Pesquisas divulgadas pelas mídias apontam que muitos calouros não conseguem interpretar textos (sejam escritos, em imagens) no início da faculdade, que têm dificuldade em relacionar esses textos com as ideias expostas pelo professor. Esse problema é decorrente da preocupação em decorar regras e fórmulas e não em aplicar a teoria na prática.
Essa falta de aplicabilidade prática da teoria, além de ser uma dificuldade no início do ensino superior, aumenta o número de alfabetos funcionais em nossa sociedade. Ou seja, aquelas pessoas que sabem decodificar as palavras e os números, mas não compreendem o sentido da mensagem. Percebe-se isso quando um estudante não consegue relacionar dados estatísticos; interpretar gráficos e tabelas; relacionar informações de diferentes fontes. O que agrava o período de aprendizagem transitório entre ensino médio e a formação acadêmica.

A preocupação essencial na escola, portanto, é fazer com que o aluno utilize o conhecimento aprendido em suas atividades práticas diárias e não decore regras apenas para passar em um vestibular. Para isso, é necessário um ensino que estimule a prática, de modo que o professor seja um mediador entre conhecimento e alunos e não somente alguém que transfere ideias prontas.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Prova intelectual e física – chegou o Enem 2013

Luana Iensen Gonçalves

Depois de meses de estudo, de preparação, chegou a hora dos estudantes colocarem em prática seus conhecimentos técnicos e de resistência. No próximo final de semana, 26 e 27 de outubro, com início às 13h (de Brasília), acontece o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). As provas este ano serão aplicadas a mais de 7,1 milhões de candidatos. 
A nota do Enem pode ser utilizada pelos estudantes em alguns vestibulares, para classificação no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) que oferece vagas em instituições públicas de educação superior e também para concorrer a vagas em instituições privadas de ensino, por meio do Programa Universidade para todos (Prouni).

Preparação intensa
A poucos dias da prova, Felipe Pereira, 22, professor de história do Alternativa Pré-Vestibular, explica que os alunos devem “articular os conteúdos com atualidades e ideias chave”. Nesse momento próximo do exame, é preciso relaxarem, pois “tranquilidade é a maior virtude para esta prova”, comenta.
As dicas são sempre valiosas, já que a prova é extensa. São 90 questões por dia, divididas em Ciências da Natureza e suas tecnologias e Ciências Humanas e suas tecnologias no sábado; e, no domingo, além de Matemática e suas tecnologias e Linguagens, códigos e suas tecnologias, há a prova de Redação.
Aulão Pré-Enem - Alternativa Pré-Vestibular, 2012.

Os estudantes têm organizado esquemas e resumos para intensificar os estudos, além de praticar mais redações, conforme conta a estudante Joyce Meireles, 17, de São Sepé. Ela explica que o “apoio da família é muito importante, principalmente para passar tranquilidade”. Essa ideia corrobora com o que a professora de português Cristine Rodrigues, 28, do Colégio Sant’Anna, tem realizado com seus alunos, “reviso com eles por meio de exercícios que são discutidos em aula, a fim de que os educandos reflitam sobre os conteúdos e compreendam o que foi estudado”.

Psicológico cuidado
Concentração nos resumos, fórmulas e imagens. Além da preocupação com o conhecimento, o aluno que fará a prova também precisa cuidar do psicológico. A maioria que já fez a prova reclama da extensão dela, com textos e perguntas longas, que cansam fazer. O psicólogo Ricardo Fitz Pereira, 26, orienta que é importante valorizar a concentração e a rotina de cuidados sobre o sono e alimentação.
Sobre o regime de estudos do candidato, ele “deve ter o cuidado para não gerar uma exaustão com excessos de leituras”. Já a respeito da questão das atividades de lazer próximo ao dia da prova é importante que sejam relaxantes. “Atividades culturais como cinema ou teatro são recomendadas, geram um clima de relaxamento e descontração”, explica o psicólogo. As atividades físicas também são sugeridas, pois “auxiliam na concentração e no descanso da jornada de estudos”, pontua Pereira.
A uma semana da prova, o psicólogo Marcos Ferreira explica que o estresse agudo que os vestibulandos têm, se moderado, “ajuda a aumentar a concentração e a memória”. Como dicas, Ferreira orienta que para os que estudaram, é o momento de revisar, já os que não estudaram, “lamento, mas não existe sorte, preparem-se melhor para o próximo ano”. É isso p que tem feito Amanda Cardoso, 22, vestibulanda para Administração e Dawid da Silva Vargas Borges De La Veja, 19, vestibulando para Psicologia. Os dois têm lido resumos, exercícios e escutado músicas sobre os conteúdos.



Esquemas de conteúdos e fórmulas colorem o quarto da estudante Amanda Cardoso

Pereira reforça que os jovens precisam relaxar e refletir sobre as escolhas que fizeram. “Pensar que existem diferentes oportunidades na vida. Considerar e entender que existem momentos em nossas vidas que vamos estar mais fragilizados ou preparados”, afirma. Isso incentiva a não desistência em próximas provas.


terça-feira, 15 de outubro de 2013

Confissão

Quando se é criança, queremos ser médicos, bailarinas, professoras, jornalistas, faxineiras, bombeiros, presidente. A partir de brincadeiras experimentamos tudo e mais um pouco. E como é bom!
            Na minha adolescência, a paixão por escrever e o curso de produção gráfica que fiz fizeram-me decidir: vou ser jornalista e ter a minha revista. Plano audacioso para uma piralha de 15 anos em pleno primeiro ano do ensino médio. Mais audacioso ainda porque decidi fazê-lo em longo prazo: apesar de gostar de escrever, eu acreditava que era péssima nisso, então, decidi que primeiro deveria cursar letras, aprender a usar palavra ardilosamente, para depois cursar jornalismo e então ter uma formação completa.
Pois bem, terminei o ensino médio, experimentei outros cursos técnicos ainda, cursei letras, formei-me e já virei bixo de jornalismo. Agora, resta pensar se ainda quero a minha revista ou se vou me entregar à paixão com a qual estou me envolvendo na faculdade: o rádio...
Mas, no meio do caminho desse plano, surpresas do destino se revelaram para mim...
Eu confesso: não fui eu que escolhi ser professora, foi a Profissão Professor que me escolheu! E se hoje me sinto completa quando entro numa sala de aula, ou lugares alternativos como o pátio, uma capela, debaixo de uma árvore, é por que fui escolhida e tenho paixão, tesão, realização em fazer o que faço!
Até o terceiro semestre do curso de letras sempre que nos questionavam o porquê da escolha do curso, a resposta era é a mesma: “quero ser uma jornalista diferente”. E aquele “diferente” poderia ter diferentes sentidos, os quais ainda estou descobrindo. Mas, no quarto semestre, quando eu comecei a dar aula de literatura (e olha que o meu amor era para o português) em um curso pré-vestibular que havia sido aluna, aí eu tive certeza, ali era meu lugar!
Hoje não sei dizer se mais as Letras que me ajudam no jornalismo ou se o Jornalismo que colabora com as minhas aulas, mas.....

Obrigada por ter sido escolhida!!

Luana Iensen


domingo, 25 de agosto de 2013

Deu branco

Luana Iensen Gonçalves

Tem dias que as inspirações simplesmente não vêm. Não brotam da cachola, não saem dos sites, os amigos não colaboram. Estudantes são aqueles que mais sofrem com isso. Eu os entendo. Nós nos entendemos. De dia sou professora, de noite estudante. Não tem nada pior do que passar horas estudando, revendo cálculos, relendo resumos e na H, a memória falhar. Que momento para brochar.
Deu branco. Deu branco agora, aqui no laboratório, na frente do computador. A folha branca fica cada vez mais branca, a melodia do teclado entrelaça-se com a da chuva e não adianta, não vai, ou melhor, não vêm as ideias. Brochei. Que angustiante, que frustrante. Uma amante das letras, que tantas vezes perdeu-se nos seus significados, varou madrugadas amando-as.
Quem nunca se sentiu assim? Ahhh, companheiro leitor, deixe-me deleitar e partilhar e esse silêncio com você. Quem nunca, na prova decisiva, esqueceu tudo! Deu até rosa pink, não foi branco! Qual vestibulando ou concurseiro já não gastou minutos que valeram por século até se lembrarem do conteúdo da questão. O que fazer então? Esperar. Sim, pacienciosamente, até que a desilusão do branco vire inspiração.
A mente divaga, as palavras faltam, ainda não inventaram um lubrificador de mente? Essa poderia ser a invenção do século! Há tantas tecnologias a nossa disposição, mas esses brancos provam que não há máquina que substitua o pensamento humano.
Um lubrificador mental resolveria boa parte dos nossos problemas. Teríamos pessoas mais preocupadas e interessadas em estudar, mais leitores ativos, menos falta de inspiração, mais mentes pensantes, menos corruptos nos representando. Fica a dica, cientistas!





Obs: essa crônica foi escrita em aula, durante a disciplina de Redação Jornalística III do Curso de Jornalismo da Unifra. Premiada com o 1º lugar no 1º Prêmio Universitário de Jornalismo da Unifra, agosto de 2013.

sábado, 3 de agosto de 2013

Enem aí com a educação!

O Ministério da Educação publicou em 7 de junho que a edição de 2013 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terá 7.173.574 participantes. Em 15 anos de concurso, esse é um número recorde.
A frustação desse recorde é que o Enem já virou uma novela, a cada capítulo que passa, os problemas se diversificam e mostram que a ideia de se universalizar o método de entrada no Ensino Superior por meio de uma prova única está se tornando um verdadeiro desastre.
Os problemas já variavam de furto ou vazamento de provas/dados a erros de impressão. Na última edição, a novidade foi que a falha só apareceu na mídia após a realização da prova, inclusive, de os candidatos terem usado a nota para ingressar em universidades: falhas na correção da redação. Textos obtiveram nota máxima (10) contendo erros grotescos como: rasoável, enchergar, trousse, entre outros.
Falhas dessa magnitude e anuais revelam fragilidades em um concurso que propõe oportunizar o acesso ao nível superior em nível nacional. É vergonhoso como a educação brasileira está sendo tratada. Além da falta de investimentos, qualificação docente, vagas, há um desrespeito com professores que investem num ensino de qualidade e com aqueles que se preparam para essa prova e acabam perdendo uma vaga para alguém que escreveu uma receita de macarrão instantâneo na redação.

O governo finge que arruma a sala de aula e os estudantes fingem que acreditam. Quando o Enem se tornará uma avaliação válida para o conhecimento e educação? Vale a pena o desgaste físico e emocional de realizar 90 questões e escrever um texto em cinco horas para depois essa nota não ser aproveitada pelo vestibular da UFSM?

Luana Iensen

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

De volta à rotina

Passadas as breves férias do meio do ano, é o momento de voltar a produzir: leitura, escritas, ideias!

Para o humor voltar com boa vontade, um poema:


QUEM MORRE?

Morre lentamente
Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo

Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar. 

Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou 
Não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, Justamente as que resgatam o brilho dos 
Olhos e os corações aos tropeços. 

Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz 
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto 
Para ir atrás de um sonho, 
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, Fugir dos conselhos sensatos... 

Viva hoje !
Arrisque hoje ! 
Faça hoje !
Não se deixe morrer lentamente !

NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ
Martha Medeiros.

sábado, 4 de maio de 2013

Formação social e educação na fala de Manoel Soares



De forma descontraída, Manoel Soares, jornalista da RBSTV, comandou o Livro Livre dessa sexta-feira, 03 de maio, mediado por Fabiano Oliveira. Soares, coordenador executivo da CUFA RS (Central Única das Favelas), comentou de sua infância humilde na Bahia, o convívio que teve com o tráfico em São Paulo e de como chegou a Porto Alegre até seu início no Jornalismo. “Minha vida foi construída de uma forma inversa”, enfatizando que sempre soube aproveitar o lado positivo das situações que passou na vida, por piores que fossem.
Quando o papo foi sobre a profissão, o jornalista deixou claro para os estudantes da plateia, “tentem continuar sendo seres humanos, porque o jornalismo é feito por pessoas”. Ele enfatizou que todos podem ser o que quiserem e que é necessário estar pronto para aprender o que foi preciso. “se a reportagem é outro país, aprende inglês, se a reportagem é sobre yoga, aprendo os movimentos, não tenho medo de aprender”.

Fabiano Oliveira, Manoel Sores e seu filho no Livro Leivre

A partir das perguntas do público sobre educação, Soares enfatizou que nossa sociedade precisa entender o professor como um estimulador do conhecimento, não o detentor. João Pedro Lamas, 21 anos, acadêmico de Jornalismo/Unifra, interessou-se pelo trabalho de jornalismo comunitário de Soares nas favelas e o questionou sobre como os estudantes podem fazer sua parte nesse trabalho. Soares afirmou que o público não pode esperar o meio de comunicação chegar à comunidade, ela precisa mostrar sua voz mais vezes e para um público maior, já que o papel do jornalista é ser um provocador, não um modificador de todos os problemas, “a transformação está no individuo”.


Texto e foto Luana Iensen

sábado, 6 de abril de 2013

25 outonos


Talvez seja por isso que eu goste tanto do verão: nasci no outono.
Eu gosto do calor. Tanto do tempo como das pessoas.
Mas o lado bom do outono é que ele é aconchegante, é como se ele nos abraçasse. E nesse cinco de abril de 2013 são vinte e cinco abraços.
O que posso escrever desta data? Enquanto muitos fogem dela, eu adoro fazer aniversário. É o meu dia, o meu momento, o dia daqueles que me deram a vida.
E o que desejar ao soprar as velinhas?
Apenas viver.
Eu não tenho medo de dizer de não, nem de receber um não.
Não tenho me de me arriscar, de cair,
É só levantar e seguir.
Não tenho medo de conhecer, de experimentar, de sentir o novo ou o medo.
Eu tenho é tristeza por aquele que não se permitem experimentar.
Eu não tenho medo da metamorfose,
Nem de mudar de opinião.
Pobre do mundo se nós víssemos as coisas sempre do mesmo ângulo,
O que seria de mim, de nós, se não fosse a diversidade?
Eu quero ver com os olhos de uma criança,
Eu quero amar como uma adolescente,
Eu quero saborear os paladares mais doces,
Eu quero ouvir com a alma,
Eu quero apreciar os aromas livres,
Eu quero viver como qualquer louco.
Então, é só isso: soprar as velinhas e viver.

Luana Iensen Gonçalves

O preconceito linguístico na região de Carazinho.

Hoje divido o espaço com uma colega do curo. Aproveitem o texto: O preconceito linguístico na região de Carazinho. O relato apresentado po...