segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Palavras engraçadas da língua portuguesa

Na nossa língua, há muitas palavras engraçadíssimas. A repetição de certos sons consonantais e vocálicos na formação das palavras faz com que a sua pronúncia seja divertida, principalmente quando usadas de forma enfática pelos falantes, em situações cotidianas. Veja:
Mequetrefe
Indica uma pessoa enxerida e intrometida. Pode indicar também algo ou alguém sem importância e valor.
Que caderno tão mequetrefe!
Aquele rapaz não passa de um pobre mequetrefe...

Borogodó
Refere-se a um atrativo especial, um charme irresistível.
Ninguém resiste ao seu borogodó!


Piripaque
Refere-se a um ataque nervoso ou indisposição súbita.
Maria teve um piripaque quando ouviu a história.



Siricutico
Indica um chilique provocado por ansiedade.
Acalme-se ou ainda vai ter um siricutico.

Beleléu
Refere-se à morte e ao fim de algo que desaparece ou não tem sucesso.
As observações de Joana foram para o beleléu!

Faniquito
Indica uma crise nervosa.
Vou ter um faniquito se isso não se resolver logo!

Pebolim
Refere-se a um jogo de futebol de mesa com bonecos fixos em varetas rotativas.
Você sabe jogar pebolim?

Zunzunzum
Indica um mexerico ou boato.

Turma, chega de tanto zunzunzum!

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Visões

Da janela do ônibus,
Observo passos largos e curtos;
Risos e lágrimas; fones de ouvido ambulantes;
Buzinas; trânsito parado; volantes inconformados;
Prédios (poucos); casas; grafites; espaços abandonados.

De dentro do ônibus,
Observo angústias; desespero; preocupações;
Sonhos; desejos; buscas e lutas;
Diversidade cultural; im(paciência); refúgio;
De dentro do ônibus,
Rotas leves e breves;
Outras em disparada; atrasos;
Dias de transporte de bois e não humanos.

Da janela do apartamento,
Observo calmaria; verde; preocupações;
Passos firmes; decisões;
Crianças; choro; latidos;
Outras janelas; cotidianos; discussões; reencontros;
Amanhecer; anoitecer ... E o ciclo se (re)transforma.

Café no Largo São Sebastião,
 Centro, Manaus, AM.

Da janela dos meus olhos,
Sinto saudades; angústias; faltas;
Mas também cuidado; companheirismo e amor
(que talvez eu mesma não retribua o necessário).
Da janela dos meus solhos,
Observo Escolhas; Caminhos; Aspirações;
Sonhos e Luta.

Da janela dos meus olhos,
(re)começo a cada amanhecer,
Sede de viver; Fome de Crescer; Suor por correr atrás.

Da janela do meu coração,
Vem o lembrete:
Toda escolha tem um renúncia,
Mas também uma realização.
“Vá, Sonhe, Faça”.

Das janelas da Vida,
Aprendo a observar; a sentir; a ouvir.
Das janelas do Tempo;
Aprendo a esperar.

* 24 de fevereiro: seis meses de Manaus.


Luana Iensen Gonçalves

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

10 palavras que as pessoas falam errado

Em língua portuguesa, por diferentes motivos, muitas palavras são pronunciadas de forma errada. Certamente você já escutou algum desses desvios. Preste atenção na lista para você não se enganar!

"Beneficiente"
A forma correta é beneficente. Indica algo ou alguém que faz caridade e ajuda os mais necessitados.
Minha tia está organizando um jantar beneficente.
Os lucros do risoto beneficente reverterão para ajudar os dançarinos.

"Metereologia" 
A forma correta é meteorologia. Indica o estudo dos fenômenos atmosféricos, visando a previsão do tempo.
A meteorologia prevê dias de sol e calor.
Todos os dias eu consulto sites de meteorologia.

"Poliomelite"
A forma correta é poliomielite. Refere-se a uma doença infecciosa que causa o enfraquecimento e a paralisia de alguns músculos.
João foi vacinado contra a poliomielite.
Febre, cansaço e vômitos são sintomas da poliomielite.

"Conhecidência"
A forma correta é coincidência. Refere-se ao acontecimento casual de várias situações relacionadas.
Você aqui também? Que coincidência!
Nosso encontro foi uma mera coincidência.

"Compania"
A forma correta é companhia. Indica o ato de ser acompanhante ou de acompanhar alguém. 
Nossa tia é sempre uma boa companhia.
Quer minha companhia para sair?

"Célebro" 
A forma correta é cérebro. Indica o principal órgão do sistema nervoso central dos animais.
O cérebro humano deve ser frequentemente exercitado.
O cirurgião retirou um tumor do cérebro do paciente.

"Previlégio"
A forma correta é privilégio. Refere-se a uma vantagem ou direito concedido a apenas algumas pessoas.
Alguns nem reconhecem os privilégios que têm.
Uma boa educação é um privilégio, mas pouco têm acesso. 

"Losângulo" 
A forma correta é losango. Refere-se a um quadrilátero com dois ângulos agudos, dois obtusos e os lados iguais.
Qual a diferença entre o losango e o quadrado?


"Triologia"

A forma correta é trilogia. Indica o conjunto de três obras sequenciais que se complementam.
Minha trilogia preferida é "Crepúsculo."
Nunca vi o último filme dessa trilogia.



"Reinvindicar"
A forma correta é reivindicar. Indica o ato de exigir alguma coisa e de assumir algo.
Iremos reivindicar nossos direitos até sermos ouvidos.


sábado, 17 de fevereiro de 2018

Vivo, logo erupciono


Há pessoas no mundo que são como vulcões. Elas são fortes por fora, suportam muitas dores (físicas e verbais), enfrentam problemas, seguram “a barra” por muitos. Mas, por dentro têm um coração pulsante, têm sentimentos, também choram, aguentam tanto que um dia algum sentimento explode e atinge muitos ao seu redor.
Geralmente as pessoas resilientes são mais resistentes às erupções que  acontecem ao longo da vida. Muitas situações fazem com deixemos nossa cratera pessoal tampada e acabamos por culpar as condições do momento presente. Mas, a efervescência continua ali, intacta, preparada, explosiva; justamente  porque a vida é intensa como as ondas do mar e avassaladora como as larvas vulcânicas.
Talvez, guardar tanto sentimento e demonstrar tanta força por fora, seja um dos motivos que pode levar a tanto estresse. Assim, de repente, um impulso vulcânico nos faz sair do eixo natural e então nos questionamos sobre o atual trabalho, relacionamento, escolhas... e começamos o ciclo vital outra vez.
Uma erupção vulcânica quase sempre é comparada à destruição, porém, no caso das pessoas, pode significar o renascimento das cinzas. Dizer um não, viver um amor, fazer uma própria escolha, demonstrar seus sentimentos, suas escolhas (religiosas, sexuais, ideológicas) pode ser a erupção que alguém precisa para ser quem sempre desejou ser. Isso evidencia a importância do nosso autoconhecimento, da nossa autorrealização e autoaceitação.

Luana Iensen Gonçalves
Professora e Jornalista.



quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Transitividade Verbal

Transitividade verbal diz respeito à significação do verbo: completa ou não. A classificação é:

1. Verbo intransitivo (VI): possui sentido completo e não necessita de complemento algum.
Ex: Ana nasceu. 
As rosas florescem no verão.

2. Verbo transitivo: ao declarar alguma coisa do sujeito, exige um complemento para a perfeita compreensão do que se quer dizer. Pode ser: direto, indireto e direto e indireto.

2.1 Transitivo direto (VTD): apresenta um complemento chamado objeto direto (OD).
A turma desenha objetos em 3D.

2.2 Transitivo indireto (VTI): apresenta um complemento chamado objeto indireto (OI), por meio de preposição.
Ana gosta de rock nacional.

2.3 Transitivo direto e indireto (VTDI): apresenta dois complementos (objeto direto e objeto indireto).
João comprou flores para a namorada.

3. Verbo de ligação (VL): é aquele que, representando um estado, liga características ao sujeito, estabelecendo entre eles certos tipos de relações.
Ana continua doente.


Professora Luana Iensen.

Fontes: CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa - 48ª Ed. 2009. Companhia Editora Nacional

Classificação dos verbos

Verbo é uma classe gramatical variável em pessoa, número, modo, tempo e voz. Ainda, há várias classificações dos verbos:

Verbos regulares: são verbos cuja conjugação se enquadra nos modelos fixos de conjugação verbal, sem apresentar alterações no radical ou nas terminações verbais.
Exemplos:  cantar, estudar, vender, partir e dividir.

Verbos irregulares: são verbos cuja conjugação não se enquadra nos modelos fixos de conjugação verbal, apresentando alterações no radical ou nas terminações verbais.
Exemplos: pôr, dar, vir, fazer, trazer.

Caber
Presente
Pretérito Perfeito
Pretérito Imperfeito
Pret. Mais que perfeito
Futuro do presente
Futuro do pretérito
Eu caibo
Coube
Cabia
coubera
caberei
caberia
Tu cabes
coubeste
Cabias
couveras
caberás
caberias
Ele cabe
Coube
Cabia
coubera
caberá
caberia
Nós cabemos
coubemos
cabíamos
coubéramos
caberemos
caberíamos
Vós cabeis
coubestes
Cabíeis
coubéreis
cabereis
caberíeis
Eles cabem
couberam
Cabiam
couberam
Caberão
caberiam

Verbos anômalos: são verbos irregulares cuja conjugação apresenta diferentes radicais primários, apresentando assim uma irregularidade intensa.
Exemplos: ser, ir, estar, haver.

Verbos defectivos: são verbos cuja conjugação é incompleta, ou seja, não apresenta todas as formas verbais porque o verbo não é conjugado em todos os tempos, modos ou  pessoas.
Exemplos:  reaver, falir, demolir, doer, colorir.

Verbos impessoais: são verbos cuja conjugação é feita apenas na 3.ª pessoa do singular, visto não apresentarem sujeito.
Exemplos: haver (no sentido de existir), fazer (tempo decorrido), chover, nevar, amanhecer.

Verbos unipessoais: são aqueles cuja conjugação é feita apenas na 3.ª pessoa do singular e na 3.ª pessoa do plural, embora apresentem um sujeito. São os verbos que representam as vozes dos animais e os que se relacionam com um sujeito oracional.
Exemplos: latir, miar, convir, custar.

Verbos abundantes: são verbos cuja conjugação apresenta duas formas equivalentes de particípio: um particípio regular e um particípio irregular. Eis os principais verbos abundantes e seus particípios:
Verbo
Regular e Irregular
Aceitar
Aceitado e aceito
Acender
Acendido e aceso
Benzer
Benzido e bento
Concluir
Concluído e concluso
Eleger
Emergir
Entregar
Enxugar
Expelir
Expressar
Exprimir
Expulsar
Extinguir
Elegido e eleito
Emergido e emerso
Entregado e entregue
Enxugado e enxuto
Expelido e expulso
Expressado e expresso
Exprimido e expresso
Expulsado e expulso
Extinguido e extinto
Frigir
Findar
Frigido e frito
Findado e findo
Imergir
Imprimir
Inserir
Isentar
Imergido e imerso
Imprimido e impresso
Inserido e inserto
Isentado e isento
Limpar
Limpado e limpo
Matar
Morrer
Matado e morto
Morrido e morto
Omitir
Omitido e omisso
Prender
Prendido e preso
Romper
Rompido e roto
Salvar
Segurar
Soltar
Submergir
Suprimir
Suspender
Salvado e salvo
Segurado e seguro
Soltado e solto
Submergido e submerso
Suprimido e supresso
Suspendido e suspenso
Tingir
Tingido e tinto.

Observação I: Pegar e chegar, na língua culta, apresentam apenas o particípio regular: pegado e chegado.


Observação II: Os particípios terminados em DO, geralmente, são usados com os auxiliares ter e haver, e os terminados em TO e SO com os auxiliares ser e estar.

Julieta havia acendido o fogo.
Eu tinha imprimido os convites.
Os convites estavam impressos.
O convite foi aceito por ele.

Verbos principais: são os que não necessitam de outros verbos para transmitir a totalidade da ação verbal.
Exemplos: correr, brincar, participar, escorregar.

Verbos auxiliares: são verbos que acompanham um verbo principal numa das suas formas nominais em locuções verbais, tempos compostos e voz passiva.
Exemplos: ser, estar, ter, haver, ficar.

* Uma locução verbal é formada por um verbo auxiliar + um verbo principal *


Professora Luana Iensen.

Fontes: CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa - 48ª Ed. 2009. Companhia Editora Nacional

O preconceito linguístico na região de Carazinho.

Hoje divido o espaço com uma colega do curo. Aproveitem o texto: O preconceito linguístico na região de Carazinho. O relato apresentado po...