sábado, 18 de abril de 2015

O câncer chamado corrupção

Décadas atrás Renato Russo já nos prenunciava o que vivemos hoje na nação brasileira: “Nas favelas, no senado / Sujeira pra todo lado / Ninguém respeita a constituição / Mas todos acreditam no futuro da nação / Que país é esse?” É o Brasil da corrupção sem dó nem piedade. Essa corrupção o torna um país desorganizado e corrompe o desenvolvimento de seus três pilares: segurança, saúde e educação. Quando esses itens forem tratados como bens essenciais à população, seremos uma nação em “ordem e progresso”.
Diariamente os meios de comunicação evidenciam casos de assaltos, assassinatos, violência em plena luz do dia. Isso faz com as pessoas cerquem suas casas, instalem câmeras, controlem o horário de ir e vir. Tornamo-nos prisioneiros dos bandidos. E o direito de segurança previsto em lei? Verbas públicas são desviadas pela bancada política, e assim não sobra dinheiro para investir nos prédios, em mais concursos para termos mais policiamento nas ruas. É preciso que o governo deixe de ser corruptível e tenha atitudes práticas. Leis suficientes nós temos, basta que se faça cumpri-las igualmente para os cidadãos, sem discriminação; que se coloque mais policiamento nas ruas; iluminação pela cidade para nosso direito ser atendido.
Além de sentir-se seguro de casa para o trabalho ou do trabalho para o lazer, é direito da população uma saúde pública de qualidade. Seguidamente reportagens televisivas investigam escândalos envolvendo a saúde pública: são licitações fraudulentas para prefeitos desviarem dinheiro; são adulterações de receitas para médicos ganharem comissões; são vendas ilegais de remédios (que deveriam ser gratuitos à população) que fazem o mercado da corrupção crescer. Isso deixa o próprio sistema doente fazendo com que pessoas morram numa fila de espera por uma cirurgia. O Estado precisa de uma administração efetiva que combata a corrupção e que não se deixe corromper para que distribua o dinheiro de acordo com as necessidades de cada região. 
Outro setor brasileiro que tem sofrido com o “câncer” da corrupção é a educação. Mais uma vez muitos políticos aproveitam licitações para desviar recursos para suas contas particulares. Quem perde é a sociedade: alunos com escolas com problemas de infraestrutura, com falta de professores, com falta de merenda. Estudar em um ambiente limpo, iluminado, com material e professores capacitados além de estimular o aprendizado faria com que se diminuísse a taxa de abandono escolar.

Diante do exposto, percebemos que muitas coisas devem ser feitas para darmos uma resposta positiva à pergunta feita por Renato Russo. Para isso, é preciso que a população fiscalize seus governantes a fim de conquistarmos nossos direitos e lutarmos pela diminuição da corrupção. Já que, um povo que tem educação de qualidade, recebe bons cuidados médicos e promove uma ampla segurança.

Por uma desmecanização da práxis pedagógica


Na sociedade contemporânea, a educação é um dos temas que tem sido amplamente discutido/dialogado pela população. Com a difusão da tecnologia e das redes sociais, as pessoas não aceitam mais informações e decisões prontas. São feitos protestos pelas busca de melhorias, mas o caminho de mudança ainda é longo. Entre as abordagens discutidas está a práxis pedagógica do professor atual, a qual necessita desvincular-se da mecanização do ensino.
Para começar a acontecer essa desmecanização, primeiramente, é preciso que nós, professores, compreendamos e aceitemos a ideia de múltiplos espaços educacionais. Conforme as discussões em aula, a práxis é a construção coletiva do conhecimento a partir das práticas vivenciadas. Isso pressupõe além dos muros da sala da escola. E como afirma Bonilla (2005), todos estão em “permanente processo de aprendizagem e subjetivação, quer seja no mundo cultural em que vive, quer seja nos distintos espaços sociais e linguísticos por onde transita – família, grupos de iguais, escola, trabalho, movimentos sociais, poder público”.
Ao aceitarmos essa ideia de diversos espaços de aprendizagem, ficará também mais clara e facilitadora a valorização do conhecimento de mundo do aluno. Ao planejar uma aula, precisamos conhecer a realidade social em que nosso aluno vive e contextualizá-la ao conteúdo. Nenhum estudante é um ser vazio, como induziram os portugueses ao chegarem ao Brasil sobre os índios. De acordo com as vivências, leituras, troca; cada criança e jovem já chegam à escola com uma bagagem cultural, cabe ao professor aproveitar essa multiplicidade de opiniões para uma construção coletiva. Além disso, essa contextualização entre realidade social e escola faz com o estudante não apenas relacione, mas também vivencie prática e teoria e o que o professor seja um mediador dessa troca entre os alunos.
Outro ponto a ser considerado é a relação entre professor e alunos para além da sala da aula. Muitas vezes, a única palavra amiga ou abraço ou um pequeno toque de carinho que o jovem recebe do dia é o do professor. Hoje, nós somos mais que professores, somos amigos, somos psicólogos, até pais. Ainda, com as redes sociais, a aproximação entre professor e estudante é mais acentuada, eu, por exemplo, além ser amiga deles no facebook, utilizo da rede para divulgar materiais extras das disciplinas e temas gerais de interesse deles; converso pelo whats app e utilizamos do blog para trocar ideias e dicas de estudo. Na minha realidade como professora, a tecnologia é uma facilitadora de interação e práxis, no sentido de construção coletiva, basta estamos abertos a aprendermos juntos e dialogarmos.

A partir das ideias expostas, percebo que é preciso termos um meio termo entre a ideia de educação formal (espaço escolar) e não formal (espaços não escolares), entre inovação e conteúdo. Não conseguiremos colocar a práxis em efetivação em todas as aulas, mas, se em parte delas, instigarmos os alunos ao questionamento, ao sair do lugar comum, e atingirmos um pelo menos, já teremos feito a nossa mudança do mundo. É preciso que acreditemos nas pequenas mudanças diárias, ninguém mudará o cenário educacional da noite para o dia, é necessário mais empenho dos colegas professores.

Luana Iensen Gonçalves
Professora

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