sábado, 31 de dezembro de 2016

Caminhos

Em todo despertar de ano, recebemos 365 oportunidades novas de fazermos nosso dia, nosso ano, nossa vida melhor.
Este passado, talvez, tenha sido marcado pela palavra crise. Crise política, educacional, cultural, pessoal. Para mim mesma, iniciou com turbulência. Mas nada do que a paciência resolvesse ao passar do tempo. Muitas pessoas se renderam à crise, algumas de um modo mais trágico, outras mais profundas. Mas foi preciso reaprender a caminhar, afinal, as alegrias precisam reascender mais fortes.
Se há caminhos de dor, há também caminhos compensatórios: trabalho, família, amigos, amores. 2016 foi um ano que trouxe novos desafios – alguns bem fortes, diga-se de passagem – e junto a eles respostas inesperadas. Aprendizados que certamente seguirão. Amizades foram fortalecidas e amores inesperados.
Daqui a algumas horas, novas 365 chances de sermos felizes e entusiastas iniciarão. Para alguns, uma noite como outra qualquer, um dia primeiro como de qualquer mês. Para mim, um rito de passagem que merece a nossa reflexão e energização. É um ciclo. E não podemos ficar presos a ele.
Para saber lidar com a efemeridade desse próximo nascer, quero trilhar novos caminhos e continuar  aprendendo a conversar e lidar com o tempo. Tempo para partilhar mais doces momentos com quem faz nosso dia feliz e deixar de ser uma escrava do chronos.

Bem-vindo, 2017!

Luana Iensen

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Tsunâmi


Nós

Um emaranhado de sentimentos ... e um carinho sem igual!

Seu Olhar
Seu Jorge
 
Temos rotas a seguir
Podemos ir daqui pro mundo
Mas quero ficar porque
Quero mergulhar mais fundo

Só de me encontrar no seu olhar
Já muda tudo
Posso respirar você
E posso te enxergar no escuro

Tem muito tempo na estrada
Muito tem
E como quem não quer nada
Você vem
Depois da onda pesada
A onda zen
É namorar na almofada
E dormir bem

Foi o seu olhar
O que me encantou
Quero um pouco mais
Desse seu amor
Foi o seu olhar
O que me encantou
Quero um pouco mais
Desse seu amor


sábado, 24 de dezembro de 2016

Partilha

Para a geração Alfa, a ideia de compartilhar geralmente é relacionada ao botãozinho do facebook. Já os nascidos da geração Z, devem associar esse verbo à ideia de “curtir” o dia com os amigos online, numa roda de música e boas risadas.
A turma da geração Y – da qual faço parte – talvez relacione o compartilhar ao encontrar a galera e poder dividir boas risadas. Já os nossos pais e avós quiçá se lembrassem da casa cheia, todos reunidos em volto da mesa.
Envolvidos na era da tecnologia, que bom seria que a cada dia pudéssemos compartilhar mais momentos reais e não apenas virtuais. Mais sorrisos, conversas, abraços, intimidades. São nos gestos simples do dia a dia que mais fazemos isso, mas nem sempre nos damos conta que aproveitar tal momento.
De acordo com o dicionário, compartilhar é um verbo transitivo, que significa “1. Ter parte em, participar de. 2. Partilhar com alguém”. Ser um verbo transitivo significa que é preciso um complemento para que o verbo tenha um sentido completo. Assim, só possível compartilhar com o outro. Não alegria ou felicidade sempre sozinho, partilhar com o outro é uma das essências da confraternização.
Que, mesmo com as tristezas, com as perdas, com as dores decorridas ao longo do ano, hoje, possamos distribuir sorrisos e esperanças!


Luana Iensen Gonçalves




sábado, 15 de outubro de 2016

Doar, verbo bitransitivo

Durante o momento de uma escolha profissional, muitas opções povoam o imaginário de jovens e adolescentes. Se muitos já têm uma decisão concreta logo cedo, outros mudam ou caem de paraquedas em um caminho inesperado. Este é o meu caso.
O jornalismo sempre foi meu foco e desejo, só que planejei meu caminho de formação mais longo, encarrando outro curso antes. E, neste caminho, desafios e surpresas foram se apresentando. Um novo mundo, chamado sala de aula, de estranho passou a ser o meu lar. E a docência me escolheu.
Que belo encontro tivemos. E para que esse relacionamento se mantivesse, foi preciso treinar a criatividade, a paciência, o bom humor, o desejo de mudança, foi preciso doar-se.
E assim que apenas vivendo esse caminho que ser professor é doar-se! Doar atenção, carinho, amor, dedicação, tempo aos alunos. Ser professor é também ser mãe, amiga, psicóloga, bruxa, adivinha. Ser professor é saber dizer, saber dizer não, é mudar o plano de aula, é começar do zero todo dia, é passar madrugadas corrigindo, planejando; mas no outro estar novinha em folha porque há sorrisos e abraços te esperando no corredor. Ser professor é acreditar nas pessoas, é acreditar as pessoas são capazes de transformar o mundo.

Luana Iensen Gonçalves, professora e jornalista.



“Gosto de ser homem, de ser gente, porque sei que minha passagem pelo mundo não é predeterminada, preestabelecida. Que meu “destino” não é um dado, mas algo que precisa ser feito e de cuja responsabilidade não posso me eximir. Gosto de ser gente porque a História em que me faço com os outros e de cuja feitura tomo parte é um tempo de possibilidades e não de determinismo. Daí que insista tanto na problematização do futuro e recuse sua inexorabilidade. Gosto de ser gente porque, inacabado, seu que sou um ser condicionado, mas consciente do inacabamento, seu posso ir mais além dele” (Paulo Freire)


quinta-feira, 28 de julho de 2016

Humanizo, logo existo

“O que eu penso a respeito da vida É que um dia ela vai perguntar O que é que eu fiz com meus sonhos? E qual foi o meu jeito de amar? O que eu é que eu deixei pras pessoas Que no mundo vão continuar? Pra que eu não tenha vivido à toa E que não seja tarde demais”. Foi com essa canção que Jorge Trevisol começou o seu bate-papo durante o 9º Congresso Marista de Educadores Sociais, em Porto Alegre, em 13 de julho. De tudo, ficou a certeza que a educação pode transformar vidas.
Durante a manhã, o escritor, compositor, psicólogo advertiu da importância do amor para vivemos, seja nas relações pessoais ou profissionais. Trevisol afirmou que “hoje as pessoas vivem em qualquer lugar, menos em si mesmo”. Isso nos fez refletir acerca do nosso papel como educadores, no como somos pontes entre o conhecimento e os alunos, mas que acima de tudo temos que manter o diálogo e não mais o pilar ‘emissor-receptor’ para que de fato o aluno seja sujeito na construção do conhecimento. Assim, ele conseguirá colocar em prática os aprendizados em seu meio social, pois é preciso dialogar com a realidade da sua vivência, da sua comunidade e não apenas no mundo fantasioso ou distante dos livros didáticos.
Em outro momento, Trevisol criou rebuliço e ao mesmo tempo reflexão no público ao tocar em nossas feridas. Ele explicou que se estamos feridos acabamos, sem querer, por ferir o outro. Precisamos curar nossas feridas para estarmos de bem conosco e assim com o outro. “A alma se alimenta de significados e se cuido dela, tudo se resolve”. Ao considerar o contexto de sala de aula, precisamos alimentar as relações de amizade e confiança entre educadores e discentes. Isso não significa nos tornamos passivos ou nos deixarmos ferir pelas dores dos alunos, mas significa os entender – e nos vislumbrarmos – como seres humanos, que também têm medos, dores e amor.
Como curar nossas feridas? Como curar as feridas dos nossos alunos? Trevisol não nos deixou uma resposta clara. Eu também não tenho uma solução. Mas acredito que há vários caminhos a serem percorridos. E quando há a união de educadores, discentes e comunidade escolar em prol de mesmo ideal, um ensino para a cidadania, as respostas nos encontrarão. Nesse contexto, vale lembrar que o evento teve como tema Educação, Espiritualidade e Movimentos Sociais - Dimensões da Integralidade Humana e conseguiu despertar em nós essa consciência espiritual de que nós precisamos estar bem com nosso inconsciente para ficarmos bem com o outro. E assim caminhamos juntos.

Luana Iensen Gonçalves

Educadora e Jornalista

Dica de Redação EsSa


Olá, concurseiros!!

Tenham atenção com a banca da EsSa. Eles avaliam se o texto está “limpo” (sem rasuras, caligrafia clara e margens visíveis), além de valorizarem muito os acertos gramaticais. Qualquer desvio ortográfico, de acentuação, concordância, regência ou outro, há uma penalização “pesada” neste item.


Mas, não esqueça a tipologia: dissertativo-argumentativo! Por isso seu texto deve ser composto de:

* Título
Breve, criativo e opinativo.
* Introdução
Parágrafo que apresenta o tema e a tese (defesa).
* Desenvolvimento
Dois parágrafos de argumentação os quais defendem a tese. É possível explorar diferentes estratégias argumentativas: exemplos, dados, comparações, citações, entre outros. Valorize as comprovações.
* Fechamento
Parágrafo no qual se retoma a tese e propõe-se uma solução para o problema ou apenas se ratifica a importância do tema.

Para essa “receita” funcionar é preciso interpretar com atenção a temática da redação. Lembre-se: a banca não disponibiliza textos de apoio, mas sim apenas um parágrafo informativo. Desse é preciso extrair o tem o qual vocês dissertarão.


Professora Luana Iensen

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Discurso de formatura - JORNALISMO


Excelentíssima Profª, Irani Rupolo, Magnífica Reitora do Centro Universitário Franciscano, demais autoridades já citadas no cerimonial, professores e funcionário homenageados, familiares, senhoras e senhores convidados, queridos colegas, boa noite!
Quatro se passaram e mesmo que pareça clichê, por tudo que vivemos ou não em busca dessa formação, vale a pena dizer: “Você não sabe o quanto eu caminhei Pra chegar até aqui”.
E para entender tudo o que caminhamos, parafraseando Carlos Durmmond de Andrade, colega, agora, poderíamos nos perguntar:
E agora, formanda?
“O quê? Quem? Quando? Onde? Como? Por quê?” Continuarão nos acompanhando?
As gravações se findaram,
Os recados em vermelho foram arquivados,
As fotos foram reveladas,
As emoções explodiram,
O TFG foi escrito, entregue, defendido e, ufa, aprovado!
As aulas terminaram,
E agora, formanda?
O mercado de trabalho é competitivo,
Os concursos são poucos,
A concorrência é grande,
E agora, formanda?
Somos jornalistas por formação,
Queremos mudar o mundo,
Somos apaixonados por gente,
Somos contadores de histórias,
E agora, formanda?
Nem eu, nem vocês, nem nosso mestres têm as respostas para essas perguntas, mas temos muitos caminhos.
Se escutássemos Mathama Ghandi, por exemplo, ele nos diria: “não existe um caminho para a felicidade, a felicidade é o caminho”. É isso que vivemos por quatro anos e continua agora. A felicidade pode estar em êxtase hoje, mas ela foi saboreada a cada produção na faculdade.
Já uma resposta de Gabriel Garcia Marquez seria: “O jornalismo é a melhor profissão do mundo”. Em seu discurso, ele afirmou: “Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte”.
Para Jenkins, a resposta seria: bem-vindos à convergência: um mundo em que as significações passam por mudanças periodicamente. Bem-vindos ao aprendizado constante.
E por fim, Arthur Schopenhauer, nos deixaria um alerta como jornalistas: “A tarefa não é tanto ver o que ninguém viu ainda, mas pensar o que ninguém pensou sobre algo que todos veem.”
Cara colega, a caminhada foi árdua até aqui, mas ela ainda não terminou. Agora, seguiremos novos caminhos, mais passos serão dados em busca da carreira profissional. E se nós saímos dessa jornada acadêmica um pouquinho maiores, um pouquinho mais virtuosos, parabéns – nós já iniciamos uma mudança.
E saio da Unifra com uma certeza:
Talvez a gente não mude o mundo todo, mas se tivermos vontade de mudar o nosso micromundo, o mundo de um amigo, de um desconhecido ou de uma comunidade, já fizemos algo grande, já fizemos algo enorme.
E como já me alonguei demais, termino, com a licença de todos, declamando uma poesia que não fala de jornalismo, mas de alma, de ser humano, daquilo que precisamos ter em mente para ir tocando em frente. O texto é do escritor parnasiano e jornalista, colega nosso, Olavo Bilac. Chama-se “Credo”. O credo é uma profissão de fé, que sela a escolha que fizemos e pela qual estamos aqui hoje.

Crê no dever e na virtude.
É um combate insano e rude
A vida em que tu vais entrar.
Mas, sede bom ! Com esse escudo,
Serás feliz, vencerás tudo...
Quem nasce vem para lutar.

E crê no bem,
‘Inda que um dia
No desespero e na agonia
Te vejas pobre e injuriado,
Por toda gente desprezado
Perdoa o mal e crê no bem.

E crê na pátria,
Mesmo que a vejas
Cheias de ideias mal fazejas,

Em qualquer época infeliz.
Não abandones.
Porque a glória
Hás de ver mudar numa vitória
Em cada cicatriz.

E crê no amor !
Se pode a guerra
Cobrir de sangue toda a terra
Levando tudo à assolação.
Mas, pode límpida e sublime
Cair sobre um grande crime
Uma palavra de perdão

Muito obrigada!!

Luana Iensen Gonçalves

O preconceito linguístico na região de Carazinho.

Hoje divido o espaço com uma colega do curo. Aproveitem o texto: O preconceito linguístico na região de Carazinho. O relato apresentado po...