terça-feira, 4 de setembro de 2012

Educação a serviço da sociedade


Educação a serviço da sociedade

Universidades federais terão que disponibilizar 50% das vagas para alunos de escolas públicas.

O 29 de agosto de 2012 ficou marcado na história da educação pública superior do Brasil: a presidenta Dilma Rousseff sancionou, em Brasília, a lei que prevê 50% das vagas das universidades federais para alunos da rede pública. Segundo a lei, a reserva será destinada pelo critério renda familiar, rede de ensino e cor. Serão quatro anos para as instituições se adaptarem.
Na região, a Universidade de Santa Maria (UFSM) apenas reestruturará a distribuição das vagas, pois 40% já são destinadas a essa cota.

Opinião do Professor
Para o professor de literatura, José Eduardo Escobar, 40 anos, tem-se um problema histórico na educação brasileira, desde os ensinamentos jesuíticos, e as cotas é uma forma de compensar essa injustiça. Porém, têm-se dois lados: o favorável, pois os alunos da educação básica têm menos oportunidades do que os de escolas particulares. No entanto, há algumas exceções, como aqueles alunos que estudaram apenas um ano em escola particular não serão beneficiados pela cota. Ele acredita, também, que aumentará a concorrência para os demais 50%.
Mauricio Charão, professor de filosofia, 24, a iniciativa é uma boa alternativa, pois trata mais da cota social do que a racial. Charão acredita que com mais alunos do ensino público básico estudando em federais, e após no mercado de trabalho, “estarão prestando serviço à população em geral, completando um ciclo de prestação de serviços que pagamos com tantos impostos”.
- “O que importa é o esforço e dedicação do aluno, não a cota”, justificam a pedagoga Ivana Bernardes da Silva,41, e Sabrina Londero Rossato, 30, professora de matemática, alegando serem contra as cotas de cor.

Opinião do Vestibulando
O vestibulando para Engenharia Civil, Geferson Matiase, 18, que prestará seu segundo concurso, aprova a cota social, apenas não é favorável às cotas por cor. Para os já acadêmicos de Direito da Unifra, Caetano de Freitas, 17, e Wagner Barichello, 18, o governo deve priorizar a curto e longo prazo melhorias na educação básica, investindo em infraestrutura e professores.
Luciéle Correa, 23, acadêmica de Fonoaudiologia, UFSM, fez curso pré-vestibular gratuito (Alternativa) e aprova as cotas. “Com elas teremos um processo justo, pois a prova é uma, mas alunos da escola privada são melhores preparados”, argumenta. Luciéle.
Oportunidade de preparação
Os alunos que não têm condições financeiras e estudaram em escola pública, têm a possibilidade de se prepararem no Alternativa Pré-Vestibular. O curso é um projeto de extensão da própria UFSM e visa atender essa comunidade. As aulas são ofertadas diariamente no turno da noite e nos sábado à tarde, além de atividades paralelas de socialização de conteúdos com o cotidiano. Os professores são voluntários, acadêmicos da UFSM e Unifra, ou já formados e atuando no mercado de trabalho.


Aula inaugural, 2012, Curso Alternativa Pré-Vestibular.
Fonte:divulgação.

Felipe Girardi, 22, um dos coordenadores do Alternativa e professor de história, afirma que a proposta da presidenta é positiva e coerente com a realidade brasileira. “Não há igualdade de condições de competição entre alunos de escolas públicas e particulares”, comenta Girardi, por isso a importância social das cotas para estudantes de escolas públicas.
- “Certamente, a melhor saída é investir na educação básica, para então ter-se igualdade no ingresso ao ensino superior”, afirma o professor de história.

Por Franciele Marques e Luana Iensen Gonçalves.

Acadêmicas do curso de Jornalismo – Unifra.
Notícia pesquisada e elaborada para a disciplina de Técnicas de Entrevistas e Reportagem. 30.08.2012

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