quinta-feira, 11 de setembro de 2014

#curteaí!!!


O que as pessoas almoçam é fotografado, o que elas vestem é fotografado, seus bichos são fotografados. A rápida evolução das tecnologias formou uma geração selfie e hashtag que posta um verdadeiro diário em suas timelines sem se preocupar com os sentimentos do outro. Essa evolução formou uma geração de banalizadores da vida real. Foi inevitável e infelizmente é um atrasado emocional e intelectual para a sociedade atual e futuras gerações essa banalização nas redes sociais.
            Os eventos cotidianos e as emoções são banalizados constantemente na internet. Ao acessar qualquer rede social, visualizamos injúrias, fotos de acidentes, espancamentos, vídeos de execuções. Mostrar o pior do ser humano e o desrespeito ao próximo está naturalizado na rede, parece que as pessoas sentem-se inatingíveis por fazerem isso “protegidos” por aparelhos tecnológicos. Exemplo recente que comprova essa desmoralização emocional, foi durante o velório do candidato à presidência, Eduardo Campos. Mesmo num momento de dor e tristeza da família, muitas pessoas aproveitaram para tirar uma selfie no velório e compartilhar nas redes sociais. Tal atitude gerou revolta nos comentários, o que evidencia que ainda podemos amenizar esse quadro.
            Outro lado obscuro dessa banalização é o empobrecimento intelectual das novas gerações. A maioria dos adolescentes não leem totalmente o texto ou informação que compartilham, curtem ou comentam nas redes sociais. Ainda, em compartilhamentos de páginas de humor ou em publicações em suas timelines, muitas pessoas denominam textos a autores famosos, mas que não pertencem a eles. Divulgando assim informações incoerentes e propagando um clico vicioso de compartilhamentos. Marina Castro, da Agência J.Press de Reportagens, confirma que Verissimo, Clarice Lispector, Caio Fernando Abreu, Arnaldo Jabor e Mario Quintana são constantemente citados como autores de frases e versos que não são seus. 
            As evoluções tecnológicas serão cada vez mais presentes em nossa sociedade. As crianças já crescem brincando em tablets. Não se pode e nem devemos fugir desse problema de conexões banalizadores. Diante desse desafio, precisamos amenizar a situação, portanto, com o compartilhamento de uma nova visão de aproveitamento da tecnologia. Nas escolas, os alunos devem ser motivados a usarem as redes sociais e conscientizados a partir de oficinas sobre o perigo do mau uso delas. Aos adultos, cabe uma reeducação pessoal sobre cidadania e respeito ao próximo, seja no mundo real ou virtual.

Luana Iensen Gonçalves

Publicado no jornal Diário de Santa Maria, 03 de setembro de 2014.

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