segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Rapidez garante informação com credibilidade?

Luana Iensen Gonçalves
O quê? Quem? Como? Onde? Quando? Por quê? Responder de forma clara e concisa essas perguntas pelo jornalista consiste no lide, ou seja, a parte básica notícia. Mas, com a ampliação do acesso à internet, a informação tem sido noticiada cada vez mais rapidamente pelos meios de comunicação. A questão é que tanta agilidade na publicação nem sempre garante qualidade e credibilidade da notícia que chegam a nós, os leitores.
A apuração é a “alma do negócio” jornalístico. O jornalista com formação acadêmica apreende, testa e prática diferente técnicas de escrita, como também de apuração para, assim, informar com clareza. Apurar, por exemplo, com legibilidade para conquistar o leitor e ainda cumprir a função social que o jornalismo exerce: mostrar a verdade. Entretanto, inúmeras vezes acontece o contrário: ele não tem tempo para apurar de modo eficiente e ouvir diferentes fontes (informantes presentes no acontecimento) para, então,  redigir e publicar uma notícia.
Eis o problema de nossa era tecnológica: o tempo. A concorrência entre os meios de comunicação para divulgar primeiro aquele “furo” (notícia em primeira mão) faz com alguns jornalistas cometam alguns equívocos. Ao presenciar um fato ou receber uma informação, muitas vezes, o jornalista se precipita ao publicar on-line seu texto, querendo ser o primeiro, e acaba por não fazer uma apuração completa. Casos práticos ocorrem diariamente em “sites” noticiosos, como a recente notícia de que um nigeriano teria morrido em Maranhão com o vírus ebola. Dias depois, o Mistério da Saúde divulgou uma nota para esclarecer que não há casos suspeitos ou confirmados de ebola no Brasil - como uma resposta ao boato que circulou em ambientes virtuais.
Sendo assim, para se ter respostas coerentes e legítimas para as perguntas as quais compõem o lide, é preciso tempo. Mesmo com pressão do tempo e das tecnologias, o trabalho de um bom jornalista precisa de organização, de um texto claro, com uma gramática correta, e uma informação apurada. Convém que as universidades continuem a investir em uma formação de qualidade nos cursos de Comunicação Social e que as empresas de comunicação valorizem esse trabalho de preferir a credibilidade à rapidez.


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