sábado, 23 de setembro de 2017

720 horas


Não, eu sou uma apaixonada por números (inclusive já tive sérios problemas com eles e para amenizá-los uso a agenda e a calculadora), sou mais íntima das letras. Mas o 720 (horas) me pareceu um numeral mais simpático do que o 30 dias ou um mês.
            Isso mesmo, hoje é um dia especial. Só agora me dou conta como o tempo passou rápido. Uma escolha radical, uma mudança de flash e a adaptação em metamorfose.
            O primeiro impacto foi quanto à temperatura. Saí dos 3º graus santa-mariense para ser recebida por uns 32º amazonense em plena 01h. E assim é por aqui dia e noite, a única estação é o verão, dividido apenas em época do sol e em época da chuva. Ok, lá no fundo dos meus desejos, sempre quis fugir do frio, mas o calor daqui é indescritível.
Depois, a adaptação no novo ambiente de trabalho (o real motivo da mudança). Inicialmente, foi preciso saber lidar com a saudade dos ex-alunos, o carinho, os abraços, o bom dia especial, os sorrisos. Para então, ter a formação; conhecer as novas turmas, novos olhares, novo sistema, linguajar próprio (e, claro, o sotaque da professora nova). Nem tudo são flores quando se reinicia do zero, mas para quem cuida do que planta, colhe sorrisos e o caminho segue mais leve e próspero.

Parto então para a cidade. Aproveito e deixo um conselho, caros amigos: conheçam a cidade em que vocês moram. Em tempo de mudanças, uma informação (correta ou não) é muito importante e nem todos manauaras compreendem isso. Na dúvida, confiem nos mais velhos, no google maps e nos gaúchos que encontrem por esse Brasil afora. Já conheço mais itinerários do transporte público do que muito morador local. Já conheci praças, prédios históricos, rios, verdes, música regional.
Cada quadra percorrida me revela um conhecimento geográfico/histórico e emocional. Se com o Palácio da Justiça pude conhecer um pouco da origem da cidade de Manaus, a Praça da Saudade me fez viajar até o sul sem precisar sair do banco da praça. Tudo são novidades...
Às vezes, parece que não caiu a ficha ainda, às vezes, parece que a distância é mais longa do que a real. Mas isso faz parte do processo de amadurecer as escolhas. Só quando entendemos as mudanças, é que percebemos que elas são necessárias justamente para isto: evoluir! Mais estudos, mais experiências, alguns prejuízos (talvez, tudo depende do ponto de vista), tudo nos faz novas pessoas diariamente. Afinal, Charles Darwin já deixou registrado “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.” 

Luana Iensen Gonçalves

Professora / Jornalista / Mulher do mundo

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