sábado, 2 de setembro de 2017

Voar, verbo intransitivo

Era um dia corrido de trabalho de trabalho, como qualquer outro. Mas aí uma mensagem no whats modificou o clima, a tensão daquela natural correria. Ok, há algum tempo já havia feito uma entrevista, mas devido à época do ano, não esperava essa mensagem antes de dezembro. A proposta exigia uma mudança radical, mas aceitei. Poderia parecer loucura para quem vê de fora, mas só alcança seus objetivos quem aceita voar, segurando a onda de bônus e de ônus.
Certamente, o bônus seria o voo profissional, o desejo de poder ter apenas um emprego e assim cuidar um pouco de mim, dos meus desejos pessoais. Já o ônus, claro, inicialmente seria despedida e a saudade. As lágrimas de cada aluno e amigos (e minhas), o abraço apertado, a palavra carinhosa. Mesmo triste, isso me mostrou que o trabalho até aqui já teve boas sementes germinadas. O conteúdo é aprendido hoje por diferentes meios, mas os exemplos de caráter e afetividades ainda são exclusivamente humanos.
Escolhas sempre envolverão desejos e renúncias. Mas para alcançar sonhos, é preciso saber a hora de recuar, de voltar, de seguir; só chega lá, quem sabe o quer, quem perde o medo de voar.

Aliás, é bom lembrar que, segundo o dicionário, o verbo voar é intransitivo. Na gramática significa que não precisa de complemento; na subjetividade, significa ter vida própria, sinônimo de liberdade. Ainda, no mundo conotativo, ter pretensões, desejos, quimeras! Então, bonitos e bonitas, voem! A vida é única!

Luana Iensen Gonçalves
Professora e Jornalista

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